INTERNACIONAL
A A | Elogio ao desfrute da vida, num mundo brutalSeria a alegria alienante, face ao sofrimento coletivo? Em meio à visita a um museu, um crítico do capitalismo conclui que não. A luta não necessita da culpa. E nos momentos raros de plenitude estão sinais de que as misérias de hoje passarão Por Douglas Rushkoff, em seu substack | Tradução: Rôney Rodrigues Tenho me sentido muito bem ultimamente. Tive algumas semanas boas. Conheci pessoas interessantes, tive algumas conversas profundas. Dancei. Fui ao Museu Metropolitan com uma amiga. E em cada uma dessas ocasiões, senti que vivenciava um profundo sentimento de gratidão por ter a oportunidade de fazer essas coisas. Me diverti tanto. E sinto que há mais por vir. No entanto, preciso me perguntar: é certo sentir-me assim quando parece que tudo está desmoronando? Quando há tanta dor e sofrimento acontecendo? Famílias sendo separadas pela ICE (Imigração) na Califórnia? Outras sendo famintas no Oriente Médio, bombardeadas na Ucrânia — sem mencionar as zonas de guerra que geralmente não viram notícia, como as de Camarões, Congo, República Centro-Africana — só para citar algumas que começam com C. Aqui nos EUA, saibam ou não, milhões correm o risco de afundar ainda mais na pobreza, e 18 milhões de lares sofrem atualmente com insegurança alimentar. Mudança climática, erosão do solo, deslocamento contínuo de povos indígenas, avanço da agricultura industrial e da mineração sobre as florestas tropicais ou zonas úmidas remanescentes. Microplásticos e produtos químicos permanentes… Mas, mais importante, o horror real e em tempo vivo experimentado por outros seres humanos neste exato momento, enquanto eu me sento aqui no meu lugar feliz, engajado com vocês — uma comunidade que prezo — discutindo os desafios e oportunidades que mais nos importam. No meio de tanto trauma indizível (na verdade, um trauma bastante dizível), é certo experimentar momentos de alegria e conexão, ou mesmo mera gratidão por estar vivo e respirar? Acho que sim. Acho que, se temos sorte suficiente, até mesmo privilégio suficiente — e sei que é uma palavra carregada — para termos encontrado um ponto quente em um oceano frio de desespero, temos que pelo menos nos permitir experimentar a abertura e a gratidão que vêm com isso. Por estar, enquanto durar, simplesmente bem. Desde que — e aqui está a ressalva ética, eu acho — desde que seja a alegria da conexão com o todo, e não o alívio de ter se desconectado temporariamente da maneira como as coisas são, ou de ter estrategizado alguma “vitória”. Claro, conquistas são ótimas e tudo mais, e se você estudou e foi bem numa prova, ou teve sucesso nos negócios, ou trabalhou duro e agora pode saborear o fruto desse esforço, claro. Vá em frente. Mas estou falando mais sobre o tipo de dádiva que simplesmente aparece. O modo como a neve simplesmente cai e silencia a cidade. Um momento de beleza que simplesmente se desdobra para você. O modo como a retidão essencial da natureza ou o padrão dos momentos se alinham. Um abraço do seu amor. Um momento de reconhecimento com um amigo. Um pôr do sol com seu cachorro… menos algo que você conquistou e mais um presente dos deuses. Totalmente imerecido. Não merecido. Dádiva. Esses tipos de momento — o que os cristãos outrora entendiam como “graça”, esses momentos que geram uma sensação de admiração que abre o coração — não devem ser negados em seu reconhecimento e apreciação. A culpa e a vergonha que acompanham tais momentos de graça são naturais. Justificadas, até. Eu era a criança que, no seu aniversário, sentia que a única coisa apropriada para se desejar ao assoprar as velas era o fim da fome no mundo. Como ouso desejar outra coisa? E ainda sou assim hoje sempre que algo ótimo acontece. Mesmo agora, escrevendo para vocês deste apartamento seguro e com ar-condicionado, com uma cadeira de escritório decente e vocês de fato lendo. Quão grande é isso? E embora isso traga à mente os muitos que não estão nesta posição — aqueles que ainda não têm um público para sua expressão, ou não têm acesso à tecnologia, ou à educação, ou à comida, ou à sua terra, ou a um dia sem violência — isso não é razão para não vivenciarmos o momento em que estamos agora. Porque eles também estão neste momento. Como ousamos nos recusar a reconhecer e apreciar a dádiva que temos, quando a temos, face ao que aqueles sem ela estão experienciando? Não é como se fôssemos alheios. Poucos de nós correm o risco de aspirar a um… vamos chamar de “estilo de vida Mar Lago”, onde a alegria de alguém é baseada em manter os muros de separação entre si mesmo e aqueles que explora. Fumando charutos com a elite e celebrando a própria separação que conseguiu criar entre sua própria experiência e a de todos os outros. Vitória ou domínio sobre um “outro”, cuja derrota ou posição inferior é a única medida de sucesso. Não, a alegria de que falo é exatamente o oposto. Não a alegria do triunfo ou da dominação, mas a alegria de se sentir conectado a todos e a tudo mais. Não a alegria de ganhar o jogo de futebol, mas de operar em harmonia sem palavras com os outros membros da sua equipe. Aquele estado de êxtase/fluxo coletivo ou pelo menos conectado. Não é às custas dos outros. Ele requer os outros. Mas se você, como eu, sente pontadas de culpa ou vergonha sempre que se sente muito bem, mesmo durante tempos de trauma coletivo como este, a primeira coisa a lembrar é que — no mínimo — você está se reabastecendo e se restaurando para o bom trabalho. Até mesmo um ativista incurável ou agente de mudança precisa reabastecer seu tanque prânico. Há uma ótima citação sobre isso do colunista e podcaster Savage Love, Dan Savage, que circulou no início deste ano. “Durante os dias mais sombrios da crise da AIDS, enterrávamos nossos amigos de manhã, protestávamos à tarde e dançávamos a noite toda. A dança nos manteve na luta — porque era pela dança que estávamos lutando.” Então sim, não importa o quão ruins estejam as coisas, quantos de nossos companheiros estejam caindo a cada dia, ainda podemos nos aconchegar à noite e nos deleitar com essa conexão. Mesmo quando um membro de uma família está doente ou com dor, eles querem que seus cuidadores saiam, se divirtam e metabolizem toda a frustração e a dor. Isso nos torna mais capazes de servir e estar presentes. Isso nos lembra o que é a “luz”, para que possamos levá-la a lugares onde ela está fraca ou se foi. Alegria, admiração, sexo, dança, arte são nossas formas de metabolizar, processar, compostar a angústia — em vez de nos afundarmos nela. Como a banda de jazz em um funeral de Nova Orleans, virando a esquina e mudando subitamente de um canto fúnebre para uma catarse dançante e celebratória. É como se estivessem processando e transformando a energia, ditando o ritmo e conduzindo os enlutados e o falecido para o próximo lugar. “Nós dançamos no funeral dele” não significa que o odiávamos, mas que o amávamos. Ainda amamos. Além disso, somos membros do organismo humano maior, ou do maior organismo do planeta, da vida, ou do próprio cosmos, portanto essas experiências de êxtase, compaixão ou admiração não são apenas nossas. Não estamos apenas nos restaurando para a próxima luta. Estas são oportunidades para metabolizarmos o trauma maior, a dor, a confusão, a mágoa. Ou pense assim: com tanta merda horrível acontecendo ao nosso redor, como ousamos negar a beleza profunda da experiência engajada quando ela nos é oferecida? Se uma árvore está morrendo, ou sob ataque de um parasita, com muitas de suas folhas e galhos em decomposição, o que dizer das folhas nas extremidades distantes da copa? Aquelas que estão banhadas de luz solar, e ainda saudáveis o suficiente para absorvê-la, fotossintetizar e converter essa energia em nutrição para o resto da árvore? Essas folhas deveriam se encolher diante do processo glorioso e realizar a respiração em um estado comprometido de desespero, ou abraçar a boa sorte de sua circunstância e aceitar plenamente a nutrição em nome de toda a árvore? Afinal, o resto da árvore quer clorofila ou glicose ou seja lá o que for, contaminada pelo equivalente arbóreo de hormônios do estresse, ansiedade e mais tristeza? Ou essas partes que sofrem querem os sinais mais saudáveis, transmitidos com alegria e encorajadores de vida, crescimento e sustentabilidade daquelas partes que são saudáveis? Mesmo que essas partes continuem seguindo sem elas? Quando você morrer um dia, será mais importante que seus filhos estejam verdadeiramente felizes e prosperando do que que tenham chorado o suficiente por você. Isso é o que ajudará você a partir. Mas divago. Pensei sobre tudo isso quando estava no museu com uma amiga outro dia. Estávamos na nova ala do Museu Metropolitan com arte da África, das Américas antigas e do Pacífico. E toda a experiência foi transcendente. Talvez seja a palavra errada. Foi somática, encarnadora, aterradora. Sim, também com a culpa, vergonha e tristeza inerentes sobre quantos desses artefatos foram removidos das pessoas e dos lugares aos quais pertenciam — talvez sob coerção. E todos esses fatores — a beleza e as circunstâncias que levaram àquele momento — me moveram para uma experiência realmente profunda de apreciação. Por um lado, apenas estar naqueles espaços tremendos, tetos altos, luz natural, e cercado por outros humanos curiosos, até mesmo guardas do museu que não queriam nada além de nos ajudar a encontrar o que procurávamos e alcançar estados de admiração. Com todos os seus problemas — e vou chegar a alguns deles — esta era a civilização ocidental em seu melhor. Uma instituição pública de pague-quanto-quiser que funcionava tão bem que transbordava. Mas foi o trabalho em si — ou talvez eu deva chamá-lo de brincadeira em si — que realmente me tocou. A maneira como esses diversos povos expressavam sua realidade, sua representação da forma humana e seu lugar na natureza. Nada era colocado em um pedestal ou separado. Tudo estava dentro e era parte do tecido natural. Não que essas pessoas não tenham vivido vidas mais difíceis do que a maioria de nós pode imaginar, mas elas também expressavam a alegria inata da encarnação, uma consciência da natureza cíclica desta realidade. Havia progresso e movimento, mas não do tipo que entendemos em uma cultura inteiramente linear. Não um progresso em direção a algum futuro novo e melhorado, longe deste momento. Era o progresso da iteração, de obter um conhecimento mais profundo do que é, e aprender a se relacionar e trocar energia com tudo o mais – em vez de tentar domá-lo ou dominá-lo. Artefato após artefato, cada um emanando a alegria inata e pressuposta de fazer parte desta dança às vezes dolorosa, às vezes extática. Ocasionalmente, eu espreitava além de um arco para uma galeria vizinha de estátuas gregas ou romanas. E nada contra os antigos gregos ou nosso próprio caminho civilizacional, mas me senti bastante repelido pela obra. Eles tinham mais precisão anatômica objetificada, com certeza. Mas era quase como uma competição para ver quem poderia melhor identificar e representar perfeitamente uma forma humana idealizada, mantendo simultaneamente uma verossimilhança perfeita. Um pouco como um efeito especial caro de filme da Marvel ou um deep fake de avatar de IA. Hiper-real de modo impossível. E as próprias formas foram colocadas em pedestais. Para serem admiradas lá em cima por sua capacidade de elevar-se da matéria terrena para modelos puros de beleza idealizada, representados em detalhes perfeitamente objetificados. No entanto, elas eram bastante mortas. Apesar de toda sua precisão e verossimilhança — como uma Gray’s Anatomy dos deuses — elas perderam a essência. Em seu esforço para aperfeiçoar a forma humana distinta da natureza, eles acabaram sacrificando a essência viva de seus sujeitos por esses ideais objetificados. Tão diferentes da carne e da alma quanto as palavras escritas são da fala humana ou, melhor ainda, quanto um resumo de email é de grunhidos e gemidos. Estou voltando para a celebração fecunda e regenerativa do amor, da vida, da morte e do renascimento. É disso que preciso agora, enquanto observo minha civilização finalmente colher os retornos cármicos de séculos de guerra, escravidão e dominação, e lentamente acordar para a verdade de que estivemos em uma missão equivocada de escapar da própria fonte de toda alegria e florescimento. E uma galeria adiante daquela, era tudo aquela coisa europeia de Jesus. Deixando o próprio Jesus de lado, a arte e as representações curadas para aquela galeria em particular eram sobre escuridão, dor e sofrimento. Tristeza perpétua. Por que me abandonaste? E naquele momento, eu senti: a vida já é difícil o suficiente. Estou voltando para a celebração fecunda e regenerativa do amor, da vida, da morte e do renascimento. É disso que preciso agora, enquanto observo minha civilização finalmente colher os retornos cármicos de séculos de guerra, escravidão e dominação, e lentamente acordar para a verdade de que estivemos em uma missão equivocada de escapar da própria fonte de toda alegria e florescimento. Encontrar uma bolsa de êxtase ao longo do caminho, mesmo nas circunstâncias mais terríveis, não é apenas um privilégio, mas uma obrigação. É o caminho para nos reconectarmos e reconectar todos ao mundo que tentamos e falhamos em controlar. Seu profundo senso de retidão, enraizamento e fluxo não é um indulgence, mas uma bússola. Joseph Campbell foi rotulado como um New Ager inútil por resumir essa sabedoria comum como “siga seu êxtase”. Aleister Crowley tentou expressá-la como “faze o que tu queres”. Ram Dass nos disse para “estar aqui agora”, o que incluiria, é claro, os momentos de alegria. E eu entendo. Soa e parece egoísta. Siga seu êxtase? E se nosso êxtase for algum tipo de momento canibalístico tipo Yellow Jackets, banquetear-se com a carne e a dor de outro. E, em alguns casos, verdade seja dita, às vezes é. Tem que comer. Tem que cortar uma árvore. Tem que tomar para viver. Bem, pelo menos podemos fazer que nem Hiawatha e agradecer à árvore por oferecer sua madeira para nossa canoa, e ao pássaro por contribuir com seu corpo para nosso metabolismo. Se apenas fizermos isso conscientemente, não estamos tanto tomando, mas participando dessa coisa toda que está acontecendo dentro e ao nosso redor. Quanto mais apreciamos, menos queremos tomar – menos precisamos tomar. Porque a forma como aprendemos a assimilar em nossa sociedade? Tem menos a ver com participar dos grandes ciclos das coisas do que com extrair o suficiente para nos isolarmos desses ciclos. Congelamos, armazenamos, economizamos e investimos como valores admirados, tributos à nossa capacidade de nos tornarmos independentemente ricos. Quanto mais coisas ou valor conseguimos extrair e isolar do grande turbilhão das coisas, mais seguros nos sentimos. Preferimos colocar algo natural em um pedestal como uma deusa que podemos possuir ou pelo menos adorar, em vez de um ser vivo com seu próprio espírito com o qual podemos nos misturar. Assim, passamos a equiparar momentos de alegria com isolamento e egoísmo ou, pior, com a dívida cármica por qualquer coisa terrível que devemos ter feito – pelo menos indiretamente – para aproveitar aquele néctar doce. Mas eu lhe prometo: se você está realmente saboreando esse néctar doce, apreciando-o em toda a sua essência, deixando que ele o abra para a consciência de toda a cadeia do ser que o trouxe até você, com a plena noção de que você não o possui nem o controla, de que ele está apenas passando por você, usando-o para se transformar em algum outro estado? Se a sua experiência de êxtase é compatível e complementar a essa compostagem e regeneração de tudo? Então está mais do que certo. Por todos os meios: deleite-se naquela bolsa de alegria quando a encontrar. Isso é bom para todos e para tudo. | A A |
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A A | Missão oficial à China abre novas frentes de cooperação em infraestrutura e inclusão territorialAgência do RádioO Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, assinou, nesta segunda-feira (11), junto ao Vice-Ministro da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China, Wang Changlin, um Memorando de Entendimento que estabelece novas bases para o intercâmbio de experiências e a cooperação em políticas de desenvolvimento regional entre os dois países. O Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, assinou, nesta segunda-feira (11), junto ao Vice-Ministro da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China, Wang Changlin, um Memorando de Entendimento que estabelece novas bases para o intercâmbio de experiências e a cooperação em políticas de desenvolvimento regional entre os dois países. O memorando concretiza o consenso firmado entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping de elevar as relações bilaterais ao patamar de Comunidade Brasil–China de Futuro Compartilhado para um Mundo Mais Justo e um Planeta Mais Sustentável, com ênfase na interconectividade e no desenvolvimento regional sustentável. Com o objetivo de fortalecer a atuação dos governos locais e melhorar a qualidade de vida da população, o acordo reconhece a importância de políticas e projetos voltados à redução das desigualdades territoriais. Nesse sentido, o ministro Waldez Góes ratificou a oportunidade estratégica de cooperação entre as nações chinesa e brasileira durante a cerimônia de assinatura do memorando, em Pequim. “O Brasil e a China compartilham desafios e oportunidades semelhantes no enfrentamento às desigualdades territoriais e na promoção de um crescimento mais equilibrado entre diferentes regiões. Neste contexto, a cooperação bilateral representa uma oportunidade estratégica para o intercâmbio de experiências, conhecimentos técnicos e boas práticas em políticas públicas voltadas à inclusão territorial e à redução de desigualdades”, declarou Góes. Áreas prioritárias do acordoComo instrumento preliminar de negociação entre China e Brasil, o Memorando de Entendimento (MOU) elege áreas prioritárias nas quais os países têm a intenção de colaborar, estabelecendo princípios, objetivos e temas de interesse comuns. Entre as áreas prioritárias do acordo estão o fortalecimento da cooperação subnacional, o incentivo a práticas de inovação regional, a otimização da distribuição de atividades produtivas, a governança ecológica de biomas e bacias hidrográficas, e a realização de Seminários Brasil–China sobre Políticas Regionais. Além disso, está prevista a promoção de estudos de caso, visitas técnicas e capacitações conjuntas, envolvendo regiões e províncias representativas para compartilhar experiências e soluções inovadoras. O Vice-Ministro da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, Wang Changlin, afirmou, na ocasião, que a China, assim como o Brasil, é uma firme defensora do multilateralismo e está disposta a ampliar o intercâmbio de informações relacionadas a infraestrutura, desenvolvimento verde, e inovação científica e tecnológica. “Nós estamos dispostos a ampliar nossa cooperação no cenário internacional. Vamos continuar a trocar nossas práticas e experiências sobre essa política de desenvolvimento regional. Espero que, no momento oportuno do próximo ano, realizemos o primeiro diálogo de alto nível sobre a cooperação de políticas de desenvolvimento regional entre a China e o Brasil”, afirmou Changlin. O ministro Waldez Góes ressaltou que a parceria também abre espaço para ampliar o comércio de produtos da bioeconomia brasileira, com destaque para os que têm origem no Nordeste e na Amazônia. “O café já é muito conhecido, mas nós temos açaí, cupuaçu, cacau, que são produtos com potencial muito grande para esta relação comercial e estratégicos para o desenvolvimento regional. Além do café, temos azeite, coco e outros produtos muito conhecidos. Nós também esperamos que esses bons produtos possam levar para a China um mercado mais amplo”, completou o ministro. Comunidade Brasil-ChinaA formação conjunta da Comunidade de Futuro Compartilhado Brasil-China representa um avanço relevante na construção de uma agenda internacional estratégica visando os próximos 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países. Para implementar essa estratégia de cooperação, a Casa Civil da Presidência da República e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC) estabeleceram a criação de sinergias entre a iniciativa chinesa Cinturão e Rota, e programas de desenvolvimento brasileiros, incluindo o Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Plano de Transformação Ecológica e o Programa Rotas da Integração Sul-Americana. No contexto da elevação das relações sino-brasileiras ao patamar de Comunidade, o Vice-Ministro Changlin exaltou a liderança do Ministro Waldez Góes na promoção de diálogos políticos envolvendo o setor de desenvolvimento regional. “Consideramos que a China e o Brasil possuem uma grande complementaridade econômica e nós temos missões semelhantes diante dos desafios. Eu acho que essa medida vai reforçar ainda mais o nosso intercâmbio bilateral e promover a nossa cooperação no setor de desenvolvimento regional sino-brasileiro de forma mais aprofundada e pragmática”, ressaltou Changlin. O Vice-Ministro também informou que a NDRC convidou 24 funcionários do alto escalão do Ministério do Planejamento e Orçamento e da Casa Civil para participar de um seminário temático sobre desenvolvimento econômico. Os órgãos estão vinculados ao MIDR na coordenação do Programa Rotas da Integração Sul-Americana. | A A |
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Parceria com Banco do BRICS mira R$ 2,7 bilhões para infraestrutura e logísticaAgência do RádioPactuação de novas linhas de financiamento para impulsionar empreendimentos em transportes e infraestrutura logística do Novo PAC nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Esse foi o tema central debatido pelo Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, em reunião realizada nesta quinta-feira (14), em Xangai, com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff. Pactuação de novas linhas de financiamento para impulsionar empreendimentos em transportes e infraestrutura logística do Novo PAC nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Esse foi o tema central debatido pelo Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, em reunião realizada nesta quinta-feira (14), em Xangai, com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff. O encontro foi fundamental para fortalecer a cooperação com o Banco do BRICS na estratégia de captação de recursos para os Fundos de Desenvolvimento Regional. Na ocasião, os representantes do MIDR apresentaram uma carteira de projetos a serem financiados pelo empréstimo de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) do organismo multilateral, e discutiram os requisitos para o lançamento de novas linhas de crédito no âmbito dos Fundos. O ministro Waldez Góes destacou que o processo de negociação tem sido conduzido de maneira cuidadosa entre as partes, viabilizando uma parceria sólida e com impacto concreto no desenvolvimento regional do Brasil. “Acreditamos que esses projetos respondem a desafios estruturais e contribuirão para ampliar a inclusão territorial, a segurança hídrica e a infraestrutura. Estamos à disposição para seguir com o diálogo técnico e avançar na construção conjunta de soluções financeiras que fortaleçam a capacidade do Brasil de enfrentar seus desafios territoriais e climáticos”, afirmou. A priorização de projetos relacionados ao plano de transformação ecológica e à transição energética, foi um dos pontos ressaltados por Dilma Rousseff no encontro. “Estamos discutindo, fundamentalmente, como levar infraestrutura logística, portos, terminais e rodovias para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, garantindo que haja uma transição energética justa com a adoção de fontes alternativas de energia, inclusive com o uso de biocombustíveis, e cidades inteligentes”, declarou a presidente do NDB. À frente da estratégia de captação de recursos, que atualmente já conta com a parceria de quatro organismos multilaterais, o secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, explicou que a carteira apresentada ao NDB foi elaborada a partir de um mapeamento conjunto com a Secretaria Especial do Programa de Aceleração do Crescimento. “Trabalhamos com a Casa Civil da Presidência da República para identificar iniciativas elegíveis dentro das diretrizes do banco, com foco em logística, transporte e sustentabilidade, com enfoque para a Amazônia. Entre elas estão concessões rodoviárias, terminais ferroviários — como os da Transnordestina, Fico e Fiol —, hidrovias e portos”, detalhou. “Foi importante identificar a oportunidade dos aportes nos Fundos de Desenvolvimento como uma estratégia para fomentar o PAC”, completou Tavares. O secretário destacou ainda que a meta é acelerar a seleção dos projetos mais estratégicos, permitindo que novas linhas de financiamento sejam anunciadas já no segundo semestre de 2025, em alinhamento com a agenda da COP 30. Captação de recursosA Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, em parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Mundial (BM) e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conduz uma estratégia de captação de recursos que já soma US$ 1,833 bilhão em negociações. O objetivo é criar novas linhas de financiamento com esses recursos, a serem aplicados por meio dos Fundos de Desenvolvimento, para impulsionar projetos estruturantes no Brasil. Com essa iniciativa, o governo brasileiro intensifica as relações bilaterais com a China, fortalecendo parcerias comerciais estratégicas e ampliando oportunidades de investimento em infraestrutura, desenvolvimento regional e inovação. A iniciativa contribui para integrar a economia brasileira a cadeias globais de valor e estimular o crescimento sustentável, especialmente na Amazônia. | A A |
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A A | O Exército dos EUA pisará a América Latina?Ordem secreta de Trump autorizou o Pentágono usar força militar contra cartéis no continente, caracterizados como “terroristas”. Primeiros alvos são México, Venezuela e El Salvador. Claudia Sheinbaum rechaça investida e a chama de “invasão” Por Luis Nassif, no GGN O presidente norte-americano Donald Trump acaba de escalar mais uma vez sua ofensiva sobre a soberania de países. Segundo informações do The New York Times, agora em agosto foi concebida uma diretriz secreta, autorizando o Pentágono a empregar força militar contra organizações de cartéis de drogas latinoamericanas. Tempos atrás, foram formalmente caracterizadas como organizações terroristas. A lógica trumpiana é que esses grupos representariam uma ameaça existencial aos EUA. Recentemente, a presidente mexicana Cláudia Sheinbaum rejeitou qualquer possibilidade de intervenção unilateral dos EUA, considerando uma violação da soberania nacional. Além disso, há um histórico de intervenções militares contra cartéis de tráfico no México, com alta probabilidade de ineficácia no médio prazo. Em outros tempos, levou à fragmentação desses grupos criminosos e intensificação da violência. Os presidentes Felipe Calderón (2006-2012) e Enrique Peña Nieto (2012-2018), já empregaram forças militares em larga escala contra os cartéis. O resultado dessas campanhas foi uma “escalada acentuada da violência” e a “fragmentação” das grandes estruturas criminosas em facções menores e mais difíceis de combater. Essa fragmentação muitas vezes leva a um aumento da violência à medida que esses grupos menores disputam o controle e novos líderes emergem para preencher o vácuo criado pela eliminação de figuras de alto escalão. Algo muito similar na guerra de drogas no Rio de Janeiro. Os cartéis já mostraram uma capacidade enorme de realocação e reconfiguração de suas operações, fazendo com que qualquer ataque militar seja minimizado em prazos muito curtos. Há igualmente a experiência desastrosa no Afeganistão. Além disso, haverá uma contaminação diplomática, minando qualquer possibilidade de efetivar a cooperação em áreas cruciais, como inteligência e controle de fronteiras. O álibi por trás dessa medida é a crescente crise do fentanil nos EUA. Trata-se de uma droga sintética altamente potente, responsável por um aumento alarmante de mortes por overdose. Já há 100 mil ocorrências desde 2021. Os cartéis mexicanos são vistos como a maior fonte dessa droga. Drogas e terrorismoNo seu primeiro discurso ao congresso, depois de eleito, Trump anunciou que “era hora da América fazer guerra aos cartéis”, já preparando o terreno para uma resposta militar. O primeiro passo foi a formalização da designação de oito grupos do crime organizado latinoamericano como Organizações Terroristas Estrangeiras (FTOs). Entraram na lista seis cartéis mexicanos proeminentes: Sinaloa, Jalisco Nova Geração, Golfo, Nordeste, La Nueva Familia Michoacana e United; Também a venezuelana Tren de Aragua e a salvadorenha MS-13.7. A designação de FTOs acarreta implicações imediatas e significativas. Ela ativa sanções e penalidades, proibindo indivíduos ou empresas sujeitas à jurisdição dos EUA de fornecer apoio material, incluindo finanças, a essas organizações. Na mesma época, Elon Musk, então assessor especial da presidência dos EUA, afirmou, no X, que os grupos seriam “elegíveis para ataques de drones”. A fundamentação legalA peça legislativa central pAra essa intervenção é a Autorização para o Uso da Força Militar (AUMF) de 2001, concedendo ao presidente a autoridade para usar “toda força necessária e apropriada” contra os responsáveis pelo ataque de 11 de setembro de 2001. Depois disso, sucessivas administrações estenderam a aplicação da lei para além do Al-Qaeda e do Talibã, no Afeganistão, devido à omissão, no texto, dos locais de aplicação da lei. Acabou atropelando a Resolução dos Poderes de Guerra, de 1973, que obrigava o presidente a notificar o Congresso dentro de 48 horas após o envio de forças armadas para ação militar, proibindo que essas forças permaneçam por mais de 60 dias, com um período adicional de mais 30 dias para retirada. A definição dos cartéis como organização terrorista, permitiu o uso da AUMF em operações militares.
O Artigo 2 da Carta das Nações Unidas proíbe agressão, ameaças, a qualquer país. Trata-se da chamada norma peremptória. A ofensiva contra cartéis, em outros países, representa claramente uma violação dessa norma. Há a preocupação adicional com a segurança de civis, ou mesmo de suspeitos de atos criminosos que não representam uma ameaça iminente. O cenário mais provável de ação envolve ataques de drones leves e esporádicos, concentrado em áreas remotas onde estão as sedes dos cartéis. Mas há a possibilidade da abordagem de “choque e pavor”, semelhante às campanhas rápidas conduzidas pela primeira administração Trump contra a ISI. O objetivo seria sobrecarregar as forças dos cartéis e eliminar alvos de alto valor. Esses alvos seriam:
Relações EUA-MéxicoSe isso ocorrer, essas operações destruiriam as relações diplomáticas entre Estados Unidos e México. Especialmente a ruptura na cooperação em segurança e contra narcóticos, com a interrupção do compartilhamento de informações e cooperação na extradição de membros dos cartéis. No passado, após a prisão de um Ministro, o México limitou as operações do DEA em seu território. Haveria, também, problemas com os desafios logísticos já enfrentados por empresas norte-americanas que atuam no México. Além de comprometer toda a agenda de aproximação com a América Latina. De qualquer modo, seria apenas mais um capítulo na história das intervenções dos EUA na América Latina. Tabela 2: Intervenções Militares Históricas dos EUA na América Latina (Casos Selecionados e Resultados)
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A A | O México levanta a bandeira da soberania sanitáriaGoverno de Claudia Sheinbaum anuncia medidas históricas para reduzir a dependência da Big Pharma na compra de insumos de saúde. Plano prevê investimentos de bilhões na criação de novas fábricas e estímulo à produção de genéricos A primeira semana de julho pode representar um marco histórico na luta do México por sua soberania sanitária. Em conferência realizada na última sexta-feira (4), a presidente Claudia Sheinbaum e seus auxiliares David Kershenobich (secretário de Saúde) e Alejandro Svarch (presidente do IMSS-Bienestar, órgão previdenciário que presta serviços médicos) revelaram um grande plano para ampliar a produção nacional de medicamentos e insumos de saúde, reduzindo a dependência das importações. O grave cenário que mobiliza a nova proposta governamental foi apresentado na mañanera – como são conhecidas as coletivas de imprensa diárias de Sheinbaum e sua equipe – daquele dia, cuja gravação está disponível aqui. Hoje, mais de 65% dos medicamentos e insumos de saúde consumidos no México são importados do exterior. O país gasta anualmente 300 bilhões de pesos mexicanos (cerca de 87 bilhões de reais) com essas compras, afirmou a presidenta. Desde uma medida de 2008 que pôs fim à preferência de compra para os insumos produzidos em plantas nacionais, o déficit da balança comercial da saúde só se agravou no México. “Para nós, é fundamental que se produza mais no México, particularmente na indústria farmacêutica, também por uma razão de soberania. Em uma situação de vulnerabilidade como uma nova pandemia, não queremos estar dependendo de fabricantes que todo o mundo estará competindo por suas exportações”, disse Sheinbaum. Como explicou Svarch na coletiva, o projeto prevê o incentivo à criação de novas fábricas de medicamentos no México – em um primeiro momento, ligadas ao setor privado – e a ampliação das existentes. Serão implementadas medidas para garantir demanda a esse parque farmacêutico: um decreto já publicado pelo governo orienta que as compras públicas de insumos de saúde devem passar a priorizar fornecedores instalados em solo nacional. O investimento inicial está previsto em 10,5 bilhões de pesos mexicanos (R$3,1 bilhões), mas será fornecido pelo empresariado nacional e não pelo poder público. O chamado “Plano México” para a industrialização da saúde também envolverá transformações na política de propriedade intelectual do país. Além de mudanças no órgão responsável pela concessão de patentes, haverá um foco na produção de medicamentos genéricos. Os objetivos não se restringem ao fortalecimento da soberania sanitária: a administração Sheinbaum afirma que a autonomia na produção de medicamentos e outros insumos acelerará o crescimento econômico e será uma das bases para a futura criação de um sistema público, gratuito e universal de saúde no país. Ações para recuperar a soberaniaAté 2008, o México exigia que as empresas farmacêuticas possuíssem fábricas no país para receberem o registro sanitário, obrigatório para a comercialização de medicamentos e o fornecimento de insumos ao poder público. Conhecida como “requisito de planta”, a diretriz foi revogada naquele ano pelo ex-presidente neoliberal Felipe Calderón, sob o argumento de que reduziria os preços dos remédios. Além de não baixar o custo dos fármacos, o fim da exigência desencadeou o aumento da penetração da Big Pharma no mercado mexicano: hoje, 14 das 15 maiores corporações farmacêuticas do mundo estão presentes no país. Já a participação de empresas nacionais neste setor da economia “caiu muito”, demonstrou Alejandro Svarch na coletiva. O decreto presidencial do último dia 2 de junho promove a retomada da priorização de empresas instaladas no México nas compras públicas da área da Saúde. Diz o texto da medida assinada por Sheinbaum: “Nos procedimentos de aquisição de medicamentos, insumos de saúde e dispositivos médicos, a Secretaria de Saúde deverá promover a participação de pessoas físicas ou jurídicas que demonstrem possuir, em território nacional, investimentos na cadeia de produção de medicamentos, insumos e equipamentos ou fábricas, laboratórios e armazéns que formem parte da dita cadeia.” Estas empresas receberão “pontos extra” que garantirão uma vantagem na disputa. Além disso, o ato criou um Comitê de Promoção dos Investimentos Farmacêuticos, que contará com a participação das secretarias de Saúde, Economia e Anticorrupção (as secretarias do México são equivalentes aos ministérios na estrutura do Estado brasileiro). O representante da secretaria de Saúde deverá presidir o novo órgão. Sua missão será estimular a criação de mais infraestrutura produtiva em solo mexicano. Em seus anúncios, os membros do governo informaram que a prioridade deverá ser a fabricação de medicamentos genéricos nas futuras plantas. Destacando que “um remédio genérico pode ser várias vezes mais barato que o patenteado”, Alejandro Svarch indicou 385 produtos cujas patentes estão próximas de expirar e que, se forem produzidos localmente, poderiam significar uma importante economia aos cofres públicos e à população. A apresentação deixa implícito que a estratégia não apostará no uso da licença compulsória (a popular “quebra de patente”) ou da suspensão das patentes, mas em aguardar o fim da vigência dos direitos de propriedade intelectual das empresas. Em uma entrevista coletiva anterior, realizada em 29 de maio, a presidente Sheinbaum sugeriu que o laboratório estatal Birmex será orientado a promover parcerias com farmacêuticas privadas para ampliar o parque industrial nacional. Alertando que, em muitos casos, a participação da indústria mexicana na produção de medicamentos se restringe “à fabricação da embalagem de papelão”, Alejandro Svarch expôs que o plano governamental buscará reverter essa tendência. Por isso, a negociação com empresas transnacionais para a aquisição de medicamentos de alto custo também será vinculada ao compromisso de investir em capacidades técnico-científicas, e não apenas produtivas. “Queremos uma estratégia mais agressiva para que a indústria inicie imediatamente a relocalização de processos”, disse Eduardo Clark, subsecretário de Integração e Desenvolvimento do Setor Saúde, na mesma coletiva. Dois outros aspectos anunciados do plano estão menos claros. Ainda não foram indicadas quais serão as mudanças promovidas no Instituto Mexicano da Propriedade Industrial (IMPI), órgão responsável pela concessão de patentes. Também não foram apresentados os detalhes sobre a proposta de criação de centros de formação de quadros especializados para a indústria. Os 10,5 bilhões de pesos previstos como investimento inicial estão divididos entre quatro grupos empresariais mexicanos do setor farmacêutico. Os Laboratorios Kener aportarão 5,1 bilhões de pesos (R$1,5 bi) para triplicar a capacidade de sua fábrica de medicamentos injetáveis até 2027, iniciando a produção de células CAR-T para o tratamento de câncer. Por sua vez, a empresa Genbio destinará 4 bilhões de pesos (R$1,1 bi) para a criação de uma planta de fracionamento de plasma. Já o grupo Alphasma BioGenTec direcionará 800 milhões de pesos (R$238 mi) para uma infraestrutura de desenvolvimento de biofármacos e biotecnologia em parceria com universidades. Por fim, a Neolsym investirá 500 milhões de pesos (R$148 mi) na produção de Ingredientes Farmacêuticos Ativos (IFAs) e outras matérias-primas para medicamentos. A estratégia brasileira do Complexo Econômico-Industrial da Saúde foi considerada um exemplo para a formulação do projeto mexicano, explica Alejandro Svarch. (Vale destacar que o CEIS brasileiro, apesar de também se basear em parcerias com o setor privado, conta com um maior protagonismo dos laboratórios públicos). O objetivo, completou o secretário de Saúde David Kershenobich, é a criação de um “ecossistema biofarmacêutico” no país. Poderá o México criar um SUS?Em contraste com o Brasil, que conta com o Sistema Único de Saúde (SUS) há mais de três décadas, o México não possui um sistema público, gratuito e universal de saúde. No país norte-americano, para além da medicina privada, os serviços de saúde se dividem entre três órgãos: o ISSSTE (que atende servidores públicos), o IMSS (voltado aos trabalhadores do setor privado) e o recém-criado IMSS Bienestar (orientado à população mais pobre, especialmente desempregados e informais, que não possuem nenhuma outra assistência). O modelo em vigor lembra aquele existente no Brasil pré-SUS, por ser ligado à estrutura da Previdência Social e estar fatiado entre instituições que não se coordenam. Além disso, a gratuidade não está garantida, visto que a assistência é fornecida através do pagamento da contribuição previdenciária. O ex-presidente Andrés Manuel López Obrador, que governou de 2018 a 2024 e prometeu a criação de um “SUS mexicano”, deu passos significativos para universalizar o direito à saúde garantido pela Constituição. Uma de suas primeiras ações foi extinguir o Seguro Popular, programa instituído na era neoliberal que cobrava para oferecer cobertura aos cidadãos que não contribuem com a Previdência e estava associado a grandes casos de corrupção. Para substituí-lo, foi introduzido em 2023 o IMSS-Bienestar, presidido por Alejandro Svarch, que pretende ser o embrião do futuro sistema universal. Assim como o SUS, o novo programa é gratuito, não exige afiliação e abarca atenção primária e especializada. Segundo a prestação de contas final do mandato de Obrador, o IMSS-Bienestar já foi implementado em 23 dos 32 estados do país e cobre 53 milhões de mexicanos, no universo de uma população de 129 milhões. Para promover o acesso gratuito a medicamentos, Obrador também criou a Megafarmacia del Bienestar, ligada à estatal farmacêutica Birmex. Munido de uma receita fornecida por qualquer um dos três institutos oficiais de assistência à saúde, todo mexicano pode receber os remédios de que precisa, sem cobranças, caso eles estejam disponíveis – assim como ocorre no SUS. No mandato da presidente Claudia Sheinbaum, as ações para “construir um sistema universal, gratuito, de qualidade e equitativo” vêm se baseando no “fortalecimento da atenção primária”, afirmou recentemente o subsecretário de Políticas de Saúde e Bem-Estar Populacional, Ramiro López Elizalde. O governo ainda pretende atuar para promover a “participação comunitária” e acelerar o processo de integração de hospitais, universidades e indústrias ao futuro sistema único. Os anúncios relativos à infraestrutura farmoquímica se enquadram nesse último caso. As contradições do planoEm editorial do sábado (5/7), o jornal mexicano La Jornada, de orientação progressista, avaliou como “positivo” o projeto do governo Sheinbaum para estimular a produção nacional de medicamentos mas também chamou atenção para suas debilidades. A principal delas é a dependência do capital privado mexicano, que fornecerá o grosso dos investimentos para a execução dos planos. “A experiência das últimas décadas comprova a necessidade de supervisionar estreitamente a atividade da iniciativa privada, pois é um fato comprovado que ela sempre atuará em busca dos maiores lucros possíveis no curto prazo, mesmo que isso signifique perdas ao conjunto da sociedade”, aponta-se. O periódico completa: “A soberania farmacêutica do país só poderá recuperada plenamente com a participação decisiva do Estado na formação de profissionais, a orientação dos investimentos para os setores estratégicos para a saúde pública – que nem sempre são os mais lucrativos –, a criação de uma indústria comprometida com as necessidades nacionais e o estabelecimento de uma cadeia de fornecimento resiliente para enfrentar as emergências globais e as veleidades de Washington, que nega o acesso a insumos vitais como arma de guerra contra as nações que desafiam sua hegemonia”. | A A |
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A A | Comprometida por ataques ucranianos, Marinha da Rússia anuncia modernização bilionáriaPresidente russo afirma que recursos serão destinados à construção de submarinos e navios militares nos próximos dez anos Durante uma reunião realizada em São Petersburgo, o presidente russo Vladimir Putin anunciou que seu país destinará 8,4 trilhões de rublos (cerca de R$ 589 bilhões) à modernização da Marinha ao longo da próxima década. A medida marca um novo passo na estratégia militar do país, que busca reconstruir sua capacidade naval após perdas significativas durante o conflito com a Ucrânia. As informações são da revista Newsweek. Segundo o Kremlin, a reunião teve como foco o avanço da indústria de defesa russa. “Gostaria de observar que, na próxima década, foram alocados 8,4 trilhões de rublos para a construção de novos navios e embarcações da Marinha russa. Esses fundos devem ser levados em conta ao elaborar o programa estatal de armamentos”, declarou Putin. ![]() Desde 2020, a Rússia já colocou em operação 49 embarcações navais, conforme reportado pela agência estatal Tass. Entre elas estão quatro submarinos estratégicos de propulsão nuclear do Projeto Borei-A e quatro submarinos multifuncionais do Projeto Yasen-M. Em março deste ano, o submarino nuclear Perm, armado com mísseis hipersônicos Tsirkon, foi lançado na região de Murmansk. “Nos últimos anos, estamos implementando um programa de modernização em larga escala da Marinha. De Kaliningrado a Vladivostok, os estaleiros russos estão envolvidos na produção em série de navios de superfície e novos submarinos com mísseis, incluindo os modernos Borei-A e Yasen-M. Fundos significativos foram alocados para isso”, afirmou o presidente. Frota russa sob ataqueO anúncio ocorre em um momento em que a frota do Mar Negro sofreu sérios danos, segundo relatos ucranianos. Kiev afirma ter destruído ou danificado cerca de um terço da frota russa na região até meados de 2024, o que torna o esforço de rearmamento uma prioridade para Moscou. A ação mais simbólica de Kiev foi o naufrágio do “Moskva”, poderoso cruzador da classe Slava que anteriormente era descrito como “uma plataforma de defesa de ponta”. Orgulho da frota russa, ele veio a pique em abril de 2022. Embora Moscou insista em dizer que ele foi destruído por um incêndio no depósito de munições, serviços de inteligência ocidentais dizem que mísseis de cruzeiro disparados pelas forças ucranianas destruíram o navio. A Ucrânia celebrou novamente o sucesso de uma operação contra a Marinha inimiga em setembro de 2023, quando um grande bombardeio atingiu uma base em Sebastopol, na Crimeia. Kiev alegou à época ter atingido ao menos um navio de desembarque e um submarino, além de um estaleiro onde os russos realizavam reparos em embarcações avariadas. Daquela vez, diferente das negativas no caso do Moskva, o governo russo não escondeu que foi alvo de um duro ataque. Disse que a Ucrânia usou dez mísseis de cruzeiro, sete deles supostamente abatidos pelas forças de Moscou, e três drones, todos alegadamente neutralizados. Admitiu, no entanto, que duas embarcações foram atingidas, sem dar maiores detalhes. Esses ataques forçaram a Rússia a reposicionar toda a sua frota do porto estratégico de Sebastopol, na Crimeia, para Novorossisk, no leste do Mar Negro. Essa mudança alterou drasticamente as operações russas na área, que precisaram se adaptar à nova realidade. | A A |
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A A | Rússia condena quatro jornalistas ligados a Navalny por colaboração com grupo ‘extremista’Profissionais foram acusados de produzir conteúdo para organização banida; julgamento ocorreu a portas fechadas Quatro jornalistas russos foram condenados na terça-feira (9) a cinco anos e seis meses em colônia penal, sob acusação de integrarem uma organização considerada “extremista” pelo Kremlin. Segundo a agência estatal de notícias Tass, os profissionais são acusados de colaboração com a Fundação Anticorrupção (FBK) criada pelo opositor Alexey Navalny em 2011 e banida na Rússia. As informações são da rede CNN. Os réus, Antonina Favorskaya, Sergei Karelin, Konstantin Gabov e Artem Kriger, estavam sendo julgados desde outubro, em processo fechado ao público. A promotoria afirmou que eles produziram material para o canal da FBK no YouTube, o que seria proibido pela “lei do agente estrangeiro“, usada pelo governo para reprimir vozes dissidentes. Todos negam as acusações. A legislação, criticada por organizações internacionais como a Anistia Internacional, vem sendo usada de forma crescente para perseguir jornalistas e ativistas. A entidade afirmou que a norma representa um “ataque à liberdade de associação” na Rússia. Para o Human Rights Watch (HRW), a condenação dos repórteres marca mais um capítulo na repressão ao legado de Navalny. ![]() Os réusA fotógrafa Antonina Favorskaya foi presa após filmar pessoas que colocavam flores no túmulo de Navalny, morto em 16 de fevereiro de 2024 quando cumpria pena em uma colônia penal na Sibéria. Já os jornalistas Konstantin Gabov e Sergei Karelin foram presos um mês depois, acusados de armazenar material que seria posteriormente publicado nos canais do oposicionista. O quarto réu é Artem Kriger, o mais jovem do grupo. Também jornalista, ele cobriu julgamentos politicamente sensíveis na Rússia, bem como protestos populares, e não está clara a relação alegada pelo governo russo entre ele e a organização de Navalny. A trajetória de NavalnyPrincipal opositor do presidente russo Vladimir Putin, Navalny ganhou destaque ao organizar manifestações e concorrer a cargos públicos na Rússia. A rede dele chegou a ter 50 sedes regionais e denunciava casos de corrupção envolvendo o governo, o que levou o Kremlin a agir judicialmente para proibir a atuação do opositor, que então passou a ser perseguido. Em agosto de 2020, durante viagem à Sibéria, Navalny foi envenenado e passou meses se recuperando em Berlim. Ele voltou a Moscou em 17 de janeiro de 2021 e foi detido no aeroporto. Um mês depois, foi julgado e condenado por violar uma sentença suspensa de 2014, um caso de fraude. Os promotores alegaram que ele não se apresentou à polícia justamente quando estava em coma pela dose tóxica. Encarcerado em uma colônia penal de alta segurança, chegou a fazer uma greve de fome para protestar contra a falta de atendimento médico. Depois, em junho de 2021, um tribunal russo proibiu os escritórios regionais e a Fundação Anticorrupção (FBK) dele de funcionarem, classificando-os como “extremistas”. Julgado e condenado, o oposicionista jamais recuperou a liberdade e mantinha contato com seus seguidores pelas redes sociais, atualizadas por aliados. A última medida retaliatória do governo contra Navalny foi transferi-lo para a gelada colônia penal IK-3, no Ártico russo, onde ele morreu no dia 16 de fevereiro de 2024. O inimigo número um de Putin desmaiou quando caminhava no pátio, e as tentativas de ressuscitá-lo, segundo os agentes carcerários, foram em vão. Navalny cumpria pena de 30 anos por acusações diversas, que vão desde fraude até extremismo, esta a mais grave. Ele sempre alegou que as acusações eram politicamente motivadas e frequentemente reclamava do tratamento que recebia no cárcere, dizendo inclusive que sua saúde estava debilitada por isso. A perseguição de que era vítima levou aliados, grupos de defesa dos direitos humanos, governos estrangeiros e até a ONU (Organização das Nações Unidas) a culparem o governo russo pela morte, alguns usando a palavra “assassinato”. | A A |
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A A | China persegue tibetanos que homenagearam líder budista morto sob custódia no VietnãMonastério foi cercado por policiais, com moradores interrogados por publicarem fotos e mensagens sobre Tulku Hungkar Dorje Autoridades chinesas detiveram e interrogaram moradores da região de Gade, no Tibete, após a morte do influente líder budista Tulku Hungkar Dorje, confirmada em 3 de abril. Segundo fontes locais ouvidas pela Radio Free Asia (RFA), os tibetanos foram alvo de represálias por postarem nas redes sociais mensagens de luto e fotos do líder religioso, cuja morte ocorreu sob custódia no Vietnã, após mais de oito meses desaparecido. Tulku Hungkar Dorje, de 56 anos, era abade do monastério Lung Ngon, na província chinesa de Qinghai. Ele teria fugido para o Vietnã em meio à perseguição do governo chinês por seu trabalho de promoção da cultura e da língua tibetanas e da educação para crianças de famílias nômades. Desde sua morte, a área do monastério foi colocada sob vigilância permanente, e o uso de celulares pelos moradores está sendo monitorado por policiais, afirmaram as fontes, que pediram anonimato por medo de retaliação. ![]() “Após a morte de Tulku Hungkar Dorje, os tibetanos locais enfrentaram restrições abrangentes. Muitos moradores que expressaram condolências ou compartilharam fotos nas redes sociais foram convocados para interrogatórios pelas autoridades chinesas”, relatou uma das fontes. “Vários tibetanos também foram detidos, embora informações detalhadas não possam ser obtidas devido ao rígido controle e escrutínio”, completou. Tulku Hungkar Dorje era conhecido internacionalmente por seu ativismo educacional e ambiental. Direitos civis e grupos da diáspora tibetana denunciam que ele foi vítima de repressão transnacional e exigem que o governo vietnamita permita uma investigação independente sobre a morte, que teria ocorrido após uma operação conjunta de prisão envolvendo autoridades do Vietnã e da China. Mesmo após a chegada de monges tibetanos ao Vietnã para recuperar o corpo, os religiosos foram inicialmente impedidos de participar de reuniões oficiais na embaixada chinesa e proibidos de ver o abade. Somente em 10 de abril foi permitido que eles vissem o rosto de Tulku Hungkar Dorje, mas não o restante do corpo, segundo Ju Tenkyong, diretor do Instituto Amnye Machen, com sede na Índia. Marchas pacíficas e vigílias com velas foram organizadas por tibetanos em vários países, como Índia e Estados Unidos, exigindo esclarecimentos sobre a morte. A pressão internacional aumentou após relatos de que escolas fundadas por Dorje foram fechadas depois do desaparecimento. Uma delas, a Hungkar Dorje Ethnic Vocational High School, oferecia educação gratuita para filhos de nômades e foi encerrada em meio a um processo mais amplo de restrições ao ensino da língua e cultura tibetanas. | A A |
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A A | Queda no turismo e boicotes devem custar até US$ 90 bilhões à economia dos EUA em 2025Menos visitantes, cancelamento de reservas e rejeição a produtos americanos colocam em risco receita bilionária do país A chegada de turistas estrangeiros aos EUA recuou quase 10% em março de 2025, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, e a estimativa é de que o impacto dessa retração custe até US$ 90 bilhões (cerca de R$ 528 bilhões) à economia americana neste ano. O alerta foi feito pelo banco Goldman Sachs, que associa a queda nas visitas ao aumento da hostilidade na fronteira, adicionando à conta boicotes a produtos norte-americanos e incertezas geopolíticas. As informações são da rede Bloomberg. Dados da Administração de Comércio Internacional (ITA, na sigla em inglês) mostram que pouco mais de 4,5 milhões de viajantes não americanos desembarcaram em aeroportos dos EUA em março. Entre os destinos que mais reduziram o fluxo estão Canadá, Europa e México. No caso dos canadenses, as reservas de voos para os EUA despencaram 70% para o período até setembro. ![]() O videomaker canadense Curtis Allen decidiu cancelar suas férias nos Estados Unidos depois que o presidente Donald Trump impôs tarifas ao Canadá e sugeriu que o país vizinho deveria virar o 51º estado americano. “Não vamos apenas ficar em casa. Vamos gastar o mesmo dinheiro em outro lugar”, afirmou Allen, de 34 anos. Ele também cancelou sua assinatura da Netflix e passou a evitar produtos americanos nos supermercados. “Agora leva o dobro do tempo, porque verificamos de onde os produtos vieram.” A retração do turismo internacional já afeta outros setores. Um relatório da Bloomberg Intelligence estima que até US$ 20 bilhões (R$ 117 bilhões) em gastos com varejo por parte de turistas estrangeiros podem estar ameaçados. Em março, passagens aéreas, diárias de hotéis e aluguéis de carros apresentaram queda nos preços, reflexo da menor demanda. A região nordeste dos EUA, especialmente dependente do fluxo de turistas canadenses, viu as tarifas hoteleiras recuarem quase 11%. Empreendimentos voltados ao turismo também sentem os efeitos. A Rainbow Air Helicopter Tours, que acaba de investir US$ 25 milhões (R$ 146 milhões) em uma nova sede e atrações em Niagara Falls, ainda avalia o impacto. “Estamos esperando para ver os desdobramentos”, afirmou Patrick Keyes, gerente de vendas e marketing da empresa. Em hotéis da rede Accor, as reservas de turistas europeus para o verão americano caíram 25%. No relatório do Goldman Sachs, os economistas Joseph Briggs e Megan Peters destacaram as causas da rejeição e projetam o impacto. “Os anúncios de tarifas dos EUA e uma postura mais agressiva em relação aos aliados históricos prejudicaram as opiniões globais sobre os EUA”, diz o texto. “O crescimento do PIB (produto interno bruto) dos EUA provavelmente terá um desempenho inferior às expectativas de consenso em 2025.” | A A |
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A A | Chefe da inteligência russa ameaça Polônia e países bálticos em caso de ação da OtanAmeaças de sabotagem e ataques incendiários se intensificam na Europa, enquanto Moscou fala em 'medidas preventivas' O diretor do SVR, serviço de inteligência externa da Rússia, Sergey Naryshkin, afirmou nesta semana que, caso a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ameace seu país ou a aliada Belarus, os “primeiros a sofrer” serão Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia, membros da aliança militar transatlântica. A declaração foi dada à agência estatal RIA Novosti e elevou as tensões entre Moscou e o Ocidente. Em encontro com autoridades belarussas, Naryshkin acusou a Otan de intensificar sua presença militar nas fronteiras com Rússia e Belarus, o que estaria por trás da “grave e perigosa crise atual no continente europeu”. Segundo ele, “a Polônia e as repúblicas bálticas são particularmente agressivas, ao menos em palavras, estão constantemente chacoalhando suas armas”. ![]() O russo acrescentou que, se houver agressão da Otan contra a chamada “União Estatal” — aliança entre Rússia e Belarus —, “certamente será infligido dano a todo o bloco da Otan. Mas, em maior medida, os primeiros a sofrer serão os portadores de tais ideias nos círculos políticos da Polônia e dos países bálticos”. As falas de Naryshkin surgem em meio a iniciativas recentes desses países de reforçarem suas defesas. No mês passado, Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia anunciaram a saída do Tratado de Ottawa, que proíbe o uso de minas terrestres desde que entrou em vigor, em 1997. O pacto conta atualmente com mais de 160 países. Os países destacam que, desde que aderiram ao Tratado, houve uma “piora significativa” na segurança regional, o que tornou necessário garantir mais “flexibilidade e liberdade de escolha” a suas tropas para defender a fronteira oriental da Otan. Outro ponto de tensão envolve o debate sobre armas nucleares. Após o presidente francês Emmanuel Macron sugerir ampliar o “guarda-chuva nuclear” da França a aliados europeus, o presidente polonês Andrzej Duda classificou a proposta como “benéfica para a segurança da Polônia”. O primeiro-ministro polonês Donald Tusk chegou a sugerir que seu país construísse os próprios dispositivos nucleares. Naryshkin reiterou ainda as exigências da Rússia nas negociações de paz com a Ucrânia, incluindo a “desmilitarização e desnazificação” do país atacado e a proibição de que Kiev possua armas nucleares. | A A |
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A A | Chinês capturado na Ucrânia diz que vídeos em rede social o motivaram a se unir ao Exército russoTerapeuta desempregado diz que acreditava que prestaria atendimento a feridos, mas acabou na linha de frente em Donetsk Um cidadão chinês capturado pelas forças ucranianas afirmou que foi influenciado por vídeos vistos no Douyin — a versão chinesa do TikTok — a se alistar no Exército russo. Identificado como Wang Guangjun, de 34 anos, ele falou à imprensa internacional durante uma entrevista coletiva de duas horas realizada em Kiev nesta semana, após ter sido capturado junto de um compatriota. As informações são do site Business Insider. “Minha família pode ser considerada bastante harmoniosa, com esposa, filhos, pais”, contou Wang. “Mas, por causa dos problemas da pandemia na China, perdi meu emprego. Então, estava procurando qualquer tipo de trabalho; foi assim que acabei nesta situação.” Segundo ele, os vídeos que assistia eram “chamativos e legais”, mostrando soldados russos e armamentos modernos. “Na China, o status e a identidade social de um soldado chinês são muito altos, especialmente no coração do público. Então, todo homem chinês tem esse sonho de sucesso.” ![]() Wang trabalhava como terapeuta ocupacional na China e disse ter visto vídeos que promoviam vagas para atuar com atendimento a feridos na Rússia. “Diziam que, devido aos últimos dois anos de combates da Rússia, havia muitas pessoas feridas que precisavam que nós administrássemos a terapia de reabilitação.” Ainda segundo ele, a promessa era de que o trabalho não envolveria combate. “Quando cheguei a Moscou e me apresentei para trabalhar, também me disseram isso. Mas, depois que fui levado ao centro de recrutamento e assinei, e então fui para o campo de treinamento, não estava mais no controle da situação. Naquele ponto, eu não podia mais tomar minhas próprias decisões.” Confiança traídaOutro detido apresentado à imprensa foi Zhang Renbo, de 27 anos. Ele relatou que trabalhava como bombeiro em Xangai e viajou à Rússia de férias, em dezembro. “Tentei ganhar um pouco de dinheiro”, disse, segundo quem a oferta inicial era para um emprego na construção civil, mas acabou sendo deslocado para o front. “A mídia chinesa e a mídia estatal sempre enfatizaram nossa amizade com a Rússia, então sempre confiamos neles. Por causa dessa confiança, talvez tenhamos sido usados.” Zhang contou que recebeu cerca de seis dias de treinamento em Rostov, antes de ser enviado a Donetsk, onde passou cerca de um mês em trincheiras até ser capturado no final de março. Já Wang disse ter sido deslocado em fevereiro para as cidades de Kazan e Rostov, sendo capturado em Donetsk em 4 de abril. Ambos declararam que não têm vínculos com as Forças Armadas ou serviços de segurança da China. Wang encerrou seu depoimento com um apelo: “Se você está considerando se juntar a esta guerra contra a Ucrânia, para meus compatriotas chineses, não participem desta luta.” Eles disseram esperar que o governo chinês intervenha e negocie sua libertação. Em pronunciamento recente, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que mais de 150 cidadãos chineses estão lutando ao lado da Rússia. Já o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Lin Jian respondeu que as declarações são “irresponsáveis” e destacou que “o governo chinês sempre pede aos cidadãos que fiquem longe de áreas de conflito armado, evitem qualquer forma de envolvimento e, em particular, não participem de operações militares de nenhuma das partes”. | A A |
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A A | Sanções fazem efeito, derrubam importações e comprometem o complexo militar da RússiaAnálise indica que punições ocidentais e escassez de recursos derrubaram as compras em setores-chave da indústria de defesa O impacto das sanções internacionais sobre a economia russa em virtude da guerra da Ucrânia finalmente começa a aparecer com nitidez. Em 2024, as importações pela Rússia de equipamentos industriais somaram US$ 7,7 bilhões (R$ 45,2 bilhões), uma queda de mais de 30% em relação aos US$ 11 bilhões (R$ 64,6 bilhões) registrados no ano anterior. Os dados, extraídos de registros alfandegários e analisados pelo site The Insider, mostram retrações especialmente acentuadas em setores estratégicos como eletrônicos, metalurgia e componentes mecânicos. O corte mais dramático aconteceu nas importações de componentes eletrônicos, que despencaram de US$ 1,6 bilhão (R$ 8,2 bilhões) para apenas US$ 260 milhões (R$ 1,3 bilhão) em 2024. Até o ano passado, empresas chinesas lideravam o fornecimento indireto de microchips e sensores de navegação ocidentais. Agora, fabricantes quase desconhecidos, como a Nekom Limited, de Hong Kong, passaram a ocupar espaço, sinalizando uma mudança de estratégia: em vez de importar peças de grandes marcas, a Rússia vem apostando em placas eletrônicas sob encomenda. ![]() A China, que havia se tornado a principal fornecedora da indústria russa após o isolamento imposto pelo Ocidente, também reduziu significativamente seus embarques. Itens como sistemas ópticos, eixos de transmissão e centrífugas registraram queda acentuada. As exportações chinesas para a Rússia caíram em todos os setores industriais, com exceção dos equipamentos de metalurgia. Paralelamente, surgiram rotas de fornecimento incomuns, passando por países como Gabão, Camarões, Haiti e até Vanuatu. Em muitos desses casos, os produtos são originalmente fabricados por empresas ocidentais, mas são reenviados por intermediários desses países tropicais, dificultando o rastreamento e a fiscalização. A Turquia também se consolidou como um importante hub logístico, intermediando remessas de máquinas de corte de metal e sistemas de perfuração. Apesar das tentativas de contornar o bloqueio, os dados revelam uma erosão progressiva da capacidade da Rússia de manter seu parque industrial militar. Peças essenciais como furadeiras alemãs, máquinas de corte israelenses, sensores suíços e processadores ópticos australianos praticamente desapareceram das estatísticas aduaneiras. Já os circuitos integrados, carro-chefe das importações em 2023, saíram do topo da lista em 2024: foram apenas US$ 44 milhões (R$ 258 milhões), contra mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,8 bilhões) no ano anterior. Mesmo assim, algumas empresas ocidentais aparecem com crescimento surpreendente. A japonesa Tsugami e a sul-coreana Hyundai Wia lideraram o fornecimento de equipamentos de usinagem em 2024. Já a americana Nidec Minster Corporation viu suas exportações aumentarem 26 vezes, enquanto a alemã Emag GmbH cresceu 13 vezes no mesmo período. Segundo os dados, Belarus destacou-se entre os países da União Econômica Eurasiática (EAEU) ao fornecer mais de US$ 440 milhões (R$ 2,58 bilhões) em dispositivos ópticos, como miras utilizadas em tanques. Já nos setores de energia e aviação, empresas como Rolls-Royce, General Electric e CFM International ainda aparecem como grandes fornecedoras — muitas vezes por conta de embarques únicos e equipamentos usados. | A A |
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A A | Combatentes chineses capturados na Ucrânia dizem que Rússia não é tão forte quanto afirmaEnquanto Beijing nega envolvimento e pede que não seja associada à guerra, Kiev cobra atenção internacional para o papel da China Dois cidadãos chineses capturados pelas forças ucranianas enquanto combatiam ao lado da Rússia foram apresentados em Kiev na segunda-feira (8). As autoridades afirmam que ambos foram detidos na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, e que sua presença confirma o alistamento voluntário de estrangeiros recrutados por Moscou, inclusive de países que se dizem neutros no conflito. As informações são da revista Newsweek. Durante a coletiva de imprensa em que foram apresentados, os prisioneiros Wang Guanjung e Zhang Renbo criticaram duramente os russos. “Tudo o que a Rússia nos ofereceu são mentiras. São falsidades. A Rússia não é tão forte quanto afirma, e a Ucrânia não é tão atrasada quanto dizem”, afirmaram os dois. ![]() Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, afirmou nas redes sociais que mais cidadãos chineses estão atuando nas tropas russas. “Temos informações que sugerem que há muitos mais cidadãos chineses nas unidades do ocupante, além desses dois.” Segundo os relatos, Wang, nascido em 1991, decidiu se alistar depois de ver um anúncio no TikTok prometendo salários acima da média chinesa. Já Zhang, de 1998, viajou à Rússia em dezembro para trabalhar na construção civil, mas acabou sendo recrutado pelo Exército. Ambos negaram ligação com o governo chinês e afirmaram que não mataram nenhum soldado ucraniano. Na entrevista, os dois prisioneiros chineses expressaram desejo de voltar para casa em uma eventual troca de detidos. “Eu entendo que pode haver punição, e estou pronto para isso. Mas ainda quero voltar para casa e para minha família”, disse Zhang. Wang também demonstrou arrependimento: “A guerra real é completamente diferente do que vemos em filmes e na TV. Me arrependo de uma coisa — quero pedir desculpas aos meus pais. E meu único desejo é voltar [para a China] e seguir todas as instruções que me ajudem a fazer isso.” Aliança Beijing-MoscouEm meio à repercussão internacional, Beijing reafirmou sua posição de neutralidade e negou vinculo com os dois combatentes capturados. “A China não iniciou a crise na Ucrânia, nem é parte dela”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Lin Jian. A negativa, porém, vai contra os indícios que têm se acumulado de apoio chinês a Moscou, inclusive no âmbito militar. Em 2022, por exemplo, a China vendeu mais de US$ 500 milhões em semicondutores para a Rússia, em comparação com os US$ 200 milhões de 2021, segundo dados de setembro de 2023 divulgados pela rede CNBC. Os EUA adotaram tom duro ao analisarem a aliança e reforçaram suas acusações. “A China é uma grande facilitadora da Rússia na guerra na Ucrânia. A China fornece quase 80% dos itens de uso duplo que a Rússia precisa para sustentar a guerra. Oitenta por cento vem da China”, declarou Tammy Bruce, porta-voz do Departamento de Estado. | A A |
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A A | Hospitais da Coreia do Norte passam a cobrar oficialmente por consultas e medicamentosCartazes com preços afixados nas paredes desrespeitam a lei, que prevê saúde gratuita disponibilizada pelo regime comunista Em uma mudança silenciosa, mas significativa, hospitais na Coreia do Norte passaram a exibir tabelas de preços para consultas, exames e medicamentos, prática que, embora já ocorresse de maneira informal, agora rompe com a promessa oficial do regime de oferecer saúde gratuita a toda a população. Moradores de duas províncias confirmaram à Radio Free Asia (RFA) que os valores começaram a ser divulgados em fevereiro. “Recentemente, os hospitais da província mudaram suas placas e começaram a exibir taxas médicas dentro dos prédios”, relatou um morador da província de Hamgyong do Norte, no nordeste do país. “Assim que você entra no hospital, os valores estão afixados de forma bem visível na área de recepção.” Segundo ele, muitos residentes ficaram “bastante chocados”, já que, mesmo arcando com os remédios há anos, ainda contavam com a consulta médica gratuita. ![]() A mudança, segundo essa mesma fonte, ocorre num contexto de reformulação institucional. Desde o segundo semestre de 2024, alguns centros de saúde deixaram de ser chamados de “hospitais do povo” e passaram a adotar nomes baseados em distritos e cidades. Paralelamente, os custos de procedimentos começaram a ser exibidos ao público. Na província de Pyongan do Norte, no oeste do país, outra fonte confirmou os preços dos serviços. O registro e a consulta médica custam 5 mil won (cerca de R$ 3,50) cada. Um exame de raio-X sai por 20 mil won (R$ 14), enquanto um atestado médico custa 50 mil won (R$ 35). Os valores de medicamentos também estão disponíveis: uma aspirina custa 200 won (R$ 0,14), e a penicilina, 8 mil won (R$ 5,60). Oficialmente, a Constituição norte-coreana e sua Lei de Saúde Pública garantem atendimento médico gratuito. Mas, na prática, a rede hospitalar do país sofre com a falta crônica de infraestrutura, agravada desde a queda da União Soviética e a fome dos anos 1990. Estudos independentes com norte-coreanos refugiados apontam que mais de 80% já pagaram por consultas, medicamentos ou suprimentos médicos. A mudança de postura parece confirmar o abandono definitivo do sistema universal gratuito. “Assim que você entra no hospital, os valores estão afixados de forma bem visível na área de recepção”, reforçou a fonte da província de Hamgyong do Norte, sob condição de anonimato. | A A |
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A A | Durante celebração cristã, Ucrânia sofre o ataque mais mortal realizado pela Rússia desde 2023Bombardeio ocorre em celebração que antecede a Páscoa; entre as vítimas há crianças e fiéis que participavam das festividades Um ataque com mísseis balísticos da Rússia matou pelo menos 31 pessoas, incluindo duas crianças, no centro da cidade de Sumy, no nordeste da Ucrânia, neste domingo (13). Segundo autoridades locais, os projéteis atingiram a área enquanto moradores participavam de cultos religiosos pelo Domingo de Ramos, que antecede a Páscoa, uma das datas mais movimentadas para as igrejas cristãs no país. As informações são da rede CNN. “Até o momento, sabe-se que 31 pessoas foram mortas em Sumy pelo ataque com mísseis balísticos russos. Entre os mortos, estavam duas crianças. Minhas condolências às famílias e entes queridos”, disse o presidente ucraniano Volodymy Zelensky por meio de sua conta na rede social X, antigo Twitter. Além dos mortos, ao menos 84 pessoas ficaram feridas, entre elas sete crianças, de acordo com o Serviço Estatal de Emergência da Ucrânia. Trata-se do ataque mais letal contra civis ucranianos desde 2023, superando o da semana anterior, que deixou 20 mortos em Kryvyi Rih, no centro do país. ![]() Em outra postagem, Zelensky classificou o ataque como um ato de terror deliberado e cobrou uma reação internacional mais contundente. “A Rússia quer exatamente esse tipo de terror e está prolongando essa guerra”, declarou. “Sem pressão sobre o agressor, a paz é impossível. Conversas nunca pararam mísseis balísticos e bombas. Precisamos tratar a Rússia como um terrorista merece.” O chefe da administração militar regional, Volodymyr Artyukh, confirmou que dois mísseis atingiram o centro de Sumy. “Naquele momento, havia muitas pessoas na rua”, afirmou. Já o prefeito interino da cidade, Artem Kobzar, declarou que “muitas pessoas foram mortas” em razão do “ataque com mísseis”. Imagens divulgadas pelo ministro do Interior Ihor Klymenko mostram cenas de destruição, com carros em chamas, prédios demolidos, janelas estilhaçadas e corpos cobertos por mantas de emergência no chão. Em meio ao caos, bombeiros tentam controlar os focos de incêndio e retirar moradores dos escombros. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, criticou o fato de o ataque ter ocorrido em uma data cristã. “Pedimos aos parceiros que forneçam capacidades adicionais de defesa aérea e aumentem a pressão sobre Moscou”, disse. “Força é a única linguagem que eles entendem e a única maneira de acabar com esse terror horrível.” Zelensky ainda destacou que o ataque russo ocorre conforme o governo norte-americano, sob a liderança do presidente Donald Trump, vem pressionando Moscou para aceitar um acordo de paz. “Já é o segundo mês que Putin ignora a proposta dos EUA de um cessar-fogo total e incondicional. Infelizmente, lá em Moscou, eles estão convencidos de que podem continuar matando impunemente. É preciso agir para mudar essa situação.” | A A |
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Militar ucraniano relata como é enfrentar os norte-coreanos na guerra: ‘Nunca se rendem’Segundo major, os poucos soldados de Pyongyang feitos prisioneiros acabam morrendo em razão de seus ferimentos Soldados da Coreia do Norte enviados à Rússia para reforçar o esforço de guerra em Kursk estão morrendo em grande número e raramente são feitos prisioneiros. A afirmação é do major Oleh Shyriaiev, comandante do 225º Regimento de Assalto Separado da Ucrânia. “Eles não se rendem. Não me lembro de nenhum caso em que conseguimos capturá-los. Pegamos alguns que já estavam feridos, mas acho que morreram por causa dos ferimentos”, disse o militar em entrevista à rede ABC News. A presença de cerca de 12 mil soldados norte-coreanos na linha de frente foi confirmada por autoridades da Ucrânia, da Coreia do Sul e de países ocidentais. Segundo Shyriaiev, seu regimento foi um dos primeiros a enfrentar os combatentes enviados por Pyongyang, que hoje compõem a linha de frente dos ataques russos. “Eles são sempre usados na linha de assalto, e os russos vêm depois para garantir o terreno conquistado”, relata. ![]() Os primeiros embates revelaram despreparo: “Eles não tinham táticas modernas, não sabiam usar drones. Sofreram muitas baixas”, afirma o major. De acordo com a inteligência britânica, até março de 2025, cerca de cinco mil dos cerca de 12 mil norte-coreanos enviados à Ucrânia haviam sido mortos ou feridos — quase um terço deles provavelmente mortos. O serviço de inteligência da Coreia do Sul também estimou cinco mil baixas. Mas a atuação norte-coreana evoluiu com o tempo. “Eles passaram a avançar em pequenos grupos, usando drones de ataque e reconhecimento. Fazem isso para não sofrerem tantas perdas de uma vez”, conta Shyriaiev, reconhecendo que os soldados de Pyongyang têm preparo físico, boa pontaria e disciplina em retirar os feridos do campo. A dificuldade de capturar soldados vivos pode estar ligada às represálias sofridas pelas famílias, segundo informações de desertores da Coreia do Norte. “Se os soldados forem capturados e revelarem informações ao inimigo, suas famílias serão punidas, enviadas a campos de prisioneiros políticos ou executadas em público”, disse Pak Yu-sung, um ex-militar norte-coreano que também concedeu entrevista à ABC News. Apesar da retirada parcial das tropas ucranianas de Kursk, Shyriaiev considera que a operação foi um êxito ao desgastar severamente as forças russas e norte-coreanas. “Eles perderam muito pessoal, muitos equipamentos. Grande parte da infraestrutura foi danificada. Isso também enfraquece a Rússia”, afirma o comandante ucraniano. | A A |
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A A | Milhares precisam de apoio após ciclone tropical Chido no norte de MoçambiqueTempestade causou pelo menos 37 mortes e destruiu 4.510 estabelecimentos comerciais no país africano Autoridades, agências das Nações Unidas e parceiros relataram pelo menos 37 mortes resultantes da passagem do ciclone Chido pelo Canal de Moçambique. O levantamento preliminar continua em andamento e a atualização da contagem no final da quarta-feira confirmou 45 mortes registadas, quase 500 feridos e 184 mil afetados. Os distritos moçambicanos de Pemba, Mecúfi, Metuge, Chiúre e Ancuabe, no extremo norte, são alguns dos mais afetados com destaque para o sector econômico. Indústrias de micro e pequena dimensãoO Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) em Cabo Delgado indica que o foco está nas indústrias de micro e pequena dimensão. O chefe da repartição de planificação, monitoria e Avaliação no INGD, em Cabo Delgado, Jerry Nanelo, cita as áreas afetadas. “Cerca de 4.510 estabelecimentos comerciais no sector de retalho, barraca, lojas, cantinas rurais entre outros, nos distritos de Mecufi, Chiure, Metuge, Pemba, Montepuez e Ancuabe; 84 indústrias de micro e pequena dimensão, moageiras, carpintarias, padarias, salinas destruídas. Destruídos em Mecufi a rede de comércio em 1.730 estabelecimentos comerciais e 22 micros e pequena indústria foram destruídos totalmente na sua maioria.” A avaliação é de que famílias precisam urgentemente de abrigo e de produtos não alimentares em Pemba e Chiúre. O INGD indica que os dados preliminares sobre danos tendem aumentar. Abrigo imediato e assistência familiarA OIM cita no relatório preliminar que entre os afetados foram identificados indivíduos particularmente vulneráveis que necessitam de abrigo imediato e de serviços de assistência familiar. A lista das prioridades críticas inclui alimentos, água, saneamento e serviços de saúde. A OIM despachou equipes médicas móveis através de clínicas e brigadas para prestar serviços essenciais de saúde às populações afetadas pelo ciclone. Saúde primária e prevenção de infecçõesA agência disponibilizou tendas para prestação de serviços de emergência e medicamentos essenciais para a saúde primária e prevenção de infecções e para controlar materiais nas áreas afetadas. Em Nampula, os distritos de Memba e Eráti são os mais severamente impactados. Atualmente, mais de 25 mil famílias estão sem energia devido a danos nas infraestruturas. A distribuição de kits familiares e de quatro mil purificadores de água é outra atividade coordenada com o grupo interagências atuando na área de água, saneamento e higiene em Cabo Delgado. | A A |
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A A | ![]() Nações Unidas fazem história ao adotar Convenção sobre Crime CibernéticoPrimeiro tratado internacional anticrime em 20 anos foi aprovado nesta terça-feira após cinco anos de negociações A Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) adotou por aclamação uma nova convenção juridicamente vinculante para prevenir e combater o crime cibernético. A Convenção sobre Cibercrime passará a valer após assinatura formal do documento no Vietnã em 2025, passados 90 dias da ratificação pelo 40º país signatário. “Grande vitória para o multilateralismo”O Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (Unodc) administrou o processo de negociação de cinco anos, que culminou em 9 de agosto. A agência vai gerir o protocolo integrante da convenção e a futura Conferência dos Estados-Partes. Para a diretora executiva do Unodc, Ghada Waly, a adoção da “convenção histórica é uma grande vitória para o multilateralismo”, ao marcar o primeiro tratado internacional anticrime em 20 anos. Ela enfatiza que o documento é um “passo crucial nos esforços globais para lidar com crimes como abuso sexual infantil online, golpes online sofisticados e lavagem de dinheiro.” A chefe do Unodc afirma que na atual era digital, o crime cibernético está se tornando mais difundido e destrutivo, explorando os vulneráveis e drenando trilhões de economias a cada ano. A agência deve prestar auxílio aos Estados-Membros na assinatura, ratificação e implementação e oferta de ferramentas necessárias, além de ajudar na capacitação para “proteger economias e salvaguardar a esfera digital do crime cibernético.” Instituições acadêmicas e do setor privadoAlém dos países-membros da ONU, o processo que produziu o tratado teve a contribuição da sociedade civil, instituições acadêmicas e do setor privado “visando prevenir e combater o crime cibernético de forma mais eficiente e eficaz.” O reforço da cooperação internacional é uma das formas de atuação que serão aliadas ao fornecimento de assistência técnica e ajuda para capacitação, especialmente para países em desenvolvimento. O Convenção sobre Crimes Cibernéticos é tida como uma nova ferramenta para o tipo de ameaça tendo em conta que 67,4% da população mundial teve acesso à internet no ano passado. Os efeitos incluem minar economias, lesar infraestruturas críticas e desgastar a confiança no mundo digital. O tratado prevê que governos tenham acesso e troquem dados eletrônicos entre para facilitar a investigação e a acusação. Os Estados-Partes integrarão uma rede funcionando continuamente para ajudar a facilitar a cooperação nesse campo. Tecnologias de informação e comunicaçãoA Convenção sobre Crimes Cibernéticos é pioneira como acordo global para proteger de forma especifica as crianças contra a violência sexual cometida com tecnologias de informação e comunicação. A expectativa é que as autoridades vejam reforçados os meios para penalizar delitos relacionados ao abuso sexual infantil online ou material de exploração. O tratado também incentiva a assistência e a proteção das vítimas, estabelecendo o acesso à recuperação física, indemnização, restituição e remoção relacionadas ao conteúdo ilícito. Para completar a resposta a incidentes de crimes cibernéticos, o tratado promove mais investimentos para combate ativo aos delitos ao solicitar que os Estados desenvolvam medidas de prevenção para reduzir e gerenciar os riscos e ameaças. | A A |
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A A | ![]() ‘Hospitais se tornaram campos de batalha’: o sistema de saúde de Gaza está à beira do colapsoApenas 16 dos 36 hospitais permanecem parcialmente operacionais, com capacidade coletiva de pouco mais de 1,8 mil leitos Com sete por cento da população morta ou ferida desde outubro de 2023, a crise de saúde em Gaza não mostra sinais de redução. Em uma reunião do Conselho de Segurança na sexta-feira (3), o Dr. Rik Peeperkorn, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Cisjordânia e Gaza, descreveu uma imagem sombria da situação, enfatizando que mais de 25% dos 105 mil civis feridos agora enfrentam lesões que mudam suas vidas. “No ritmo atual, levaria de cinco a dez anos para evacuar todos esses pacientes gravemente doentes”, alertou o Dr. Peeperkorn, observando que mais de 12 mil pessoas permanecem em listas de espera para tratamento urgente no exterior. Sistema no limiteApenas 16 dos 36 hospitais da região permanecem parcialmente operacionais, com uma capacidade coletiva de pouco mais de 1,8 mil leitos – totalmente insuficiente para as necessidades médicas avassaladoras. “O setor de saúde está sendo sistematicamente desmantelado”, observou o Dr. Peeperkorn, citando a escassez de suprimentos médicos, equipamentos e pessoal. O Hospital Kamal Adwan, principal instalação de saúde do norte de Gaza, está entre as últimas vítimas. Uma incursão em dezembro deixou o hospital gravemente danificado, forçando a transferência de pacientes críticos para o Hospital Indonésio – outra instalação não funcional que carece de suprimentos essenciais. Enquanto isso, o Hospital Al-Awda, o último hospital operacional no norte de Gaza, luta para fornecer cuidados básicos em meio ao esgotamento de recursos, hostilidades contínuas e uma falta precária de acesso a medicamentos vitais. O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, chamou a destruição dos hospitais de “catástrofe de direitos humanos” que “continua a se desenrolar em Gaza diante dos olhos do mundo.” Falando aos embaixadores, ele detalhou padrões de ataques direcionados a instalações de saúde, incluindo o assassinato e remoção forçada de pacientes e funcionários. Profissionais de saúde como alvosPara os profissionais de saúde em Gaza, “usar scrubs e jalecos brancos é como usar um alvo nas costas”, disse a Dra. Tanya Haj-Hassan, da ONG Medical Aid for Palestinians (MAP). Mais de mil trabalhadores da saúde foram mortos desde outubro de 2023. Apesar da violência implacável, esses profissionais continuaram sua missão de salvar vidas, muitas vezes arriscando as suas próprias no processo. “Eles são profissionais orgulhosos e trabalhadores que levam muito a sério seu juramento de cuidar de seus pacientes”, disse a Dra. Haj-Hassan. Ação urgente necessáriaDr. Peeperkorn e o Sr. Türk uniram vozes na exigência de aumento da ajuda humanitária, evacuações aceleradas e adesão ao direito internacional humanitário. “A proteção de hospitais durante a guerra é primordial e deve ser respeitada por todos os lados, em todos os momentos”, enfatizou o Sr. Türk. A OMS verificou 654 ataques a instalações de saúde em Gaza desde outubro de 2023, resultando em 886 mortes e 1.349 feridos. Cada ataque deixa para trás não apenas edifícios danificados, mas também inúmeras vidas interrompidas, negadas acesso a cuidados essenciais e despojadas de dignidade. Apesar da devastação, o sistema de saúde de Gaza persiste. “Contra todas as probabilidades, trabalhadores da saúde, a OMS e parceiros mantiveram os serviços funcionando tanto quanto possível”, disse o Dr. Peeperkorn. A restauração de instalações como o Complexo Médico Al-Shifa e Nasser mostra a capacidade da região de reconstruir. “Isso é nada menos que uma façanha e é uma razão para ter esperança”, observou. No entanto, sem um cessar-fogo e proteção aumentada para os serviços de saúde, o futuro permanece desanimador. | A A |
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