INTERNACIONAL
A A | Milhares precisam de apoio após ciclone tropical Chido no norte de MoçambiqueTempestade causou pelo menos 37 mortes e destruiu 4.510 estabelecimentos comerciais no país africano Autoridades, agências das Nações Unidas e parceiros relataram pelo menos 37 mortes resultantes da passagem do ciclone Chido pelo Canal de Moçambique. O levantamento preliminar continua em andamento e a atualização da contagem no final da quarta-feira confirmou 45 mortes registadas, quase 500 feridos e 184 mil afetados. Os distritos moçambicanos de Pemba, Mecúfi, Metuge, Chiúre e Ancuabe, no extremo norte, são alguns dos mais afetados com destaque para o sector econômico. Indústrias de micro e pequena dimensãoO Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) em Cabo Delgado indica que o foco está nas indústrias de micro e pequena dimensão. O chefe da repartição de planificação, monitoria e Avaliação no INGD, em Cabo Delgado, Jerry Nanelo, cita as áreas afetadas. “Cerca de 4.510 estabelecimentos comerciais no sector de retalho, barraca, lojas, cantinas rurais entre outros, nos distritos de Mecufi, Chiure, Metuge, Pemba, Montepuez e Ancuabe; 84 indústrias de micro e pequena dimensão, moageiras, carpintarias, padarias, salinas destruídas. Destruídos em Mecufi a rede de comércio em 1.730 estabelecimentos comerciais e 22 micros e pequena indústria foram destruídos totalmente na sua maioria.” A avaliação é de que famílias precisam urgentemente de abrigo e de produtos não alimentares em Pemba e Chiúre. O INGD indica que os dados preliminares sobre danos tendem aumentar. Abrigo imediato e assistência familiarA OIM cita no relatório preliminar que entre os afetados foram identificados indivíduos particularmente vulneráveis que necessitam de abrigo imediato e de serviços de assistência familiar. A lista das prioridades críticas inclui alimentos, água, saneamento e serviços de saúde. A OIM despachou equipes médicas móveis através de clínicas e brigadas para prestar serviços essenciais de saúde às populações afetadas pelo ciclone. Saúde primária e prevenção de infecçõesA agência disponibilizou tendas para prestação de serviços de emergência e medicamentos essenciais para a saúde primária e prevenção de infecções e para controlar materiais nas áreas afetadas. Em Nampula, os distritos de Memba e Eráti são os mais severamente impactados. Atualmente, mais de 25 mil famílias estão sem energia devido a danos nas infraestruturas. A distribuição de kits familiares e de quatro mil purificadores de água é outra atividade coordenada com o grupo interagências atuando na área de água, saneamento e higiene em Cabo Delgado. | A A |
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A A | ![]() Nações Unidas fazem história ao adotar Convenção sobre Crime CibernéticoPrimeiro tratado internacional anticrime em 20 anos foi aprovado nesta terça-feira após cinco anos de negociações A Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) adotou por aclamação uma nova convenção juridicamente vinculante para prevenir e combater o crime cibernético. A Convenção sobre Cibercrime passará a valer após assinatura formal do documento no Vietnã em 2025, passados 90 dias da ratificação pelo 40º país signatário. “Grande vitória para o multilateralismo”O Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (Unodc) administrou o processo de negociação de cinco anos, que culminou em 9 de agosto. A agência vai gerir o protocolo integrante da convenção e a futura Conferência dos Estados-Partes. Para a diretora executiva do Unodc, Ghada Waly, a adoção da “convenção histórica é uma grande vitória para o multilateralismo”, ao marcar o primeiro tratado internacional anticrime em 20 anos. Ela enfatiza que o documento é um “passo crucial nos esforços globais para lidar com crimes como abuso sexual infantil online, golpes online sofisticados e lavagem de dinheiro.” A chefe do Unodc afirma que na atual era digital, o crime cibernético está se tornando mais difundido e destrutivo, explorando os vulneráveis e drenando trilhões de economias a cada ano. A agência deve prestar auxílio aos Estados-Membros na assinatura, ratificação e implementação e oferta de ferramentas necessárias, além de ajudar na capacitação para “proteger economias e salvaguardar a esfera digital do crime cibernético.” Instituições acadêmicas e do setor privadoAlém dos países-membros da ONU, o processo que produziu o tratado teve a contribuição da sociedade civil, instituições acadêmicas e do setor privado “visando prevenir e combater o crime cibernético de forma mais eficiente e eficaz.” O reforço da cooperação internacional é uma das formas de atuação que serão aliadas ao fornecimento de assistência técnica e ajuda para capacitação, especialmente para países em desenvolvimento. O Convenção sobre Crimes Cibernéticos é tida como uma nova ferramenta para o tipo de ameaça tendo em conta que 67,4% da população mundial teve acesso à internet no ano passado. Os efeitos incluem minar economias, lesar infraestruturas críticas e desgastar a confiança no mundo digital. O tratado prevê que governos tenham acesso e troquem dados eletrônicos entre para facilitar a investigação e a acusação. Os Estados-Partes integrarão uma rede funcionando continuamente para ajudar a facilitar a cooperação nesse campo. Tecnologias de informação e comunicaçãoA Convenção sobre Crimes Cibernéticos é pioneira como acordo global para proteger de forma especifica as crianças contra a violência sexual cometida com tecnologias de informação e comunicação. A expectativa é que as autoridades vejam reforçados os meios para penalizar delitos relacionados ao abuso sexual infantil online ou material de exploração. O tratado também incentiva a assistência e a proteção das vítimas, estabelecendo o acesso à recuperação física, indemnização, restituição e remoção relacionadas ao conteúdo ilícito. Para completar a resposta a incidentes de crimes cibernéticos, o tratado promove mais investimentos para combate ativo aos delitos ao solicitar que os Estados desenvolvam medidas de prevenção para reduzir e gerenciar os riscos e ameaças. | A A |
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A A | ![]() ‘Hospitais se tornaram campos de batalha’: o sistema de saúde de Gaza está à beira do colapsoApenas 16 dos 36 hospitais permanecem parcialmente operacionais, com capacidade coletiva de pouco mais de 1,8 mil leitos Com sete por cento da população morta ou ferida desde outubro de 2023, a crise de saúde em Gaza não mostra sinais de redução. Em uma reunião do Conselho de Segurança na sexta-feira (3), o Dr. Rik Peeperkorn, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Cisjordânia e Gaza, descreveu uma imagem sombria da situação, enfatizando que mais de 25% dos 105 mil civis feridos agora enfrentam lesões que mudam suas vidas. “No ritmo atual, levaria de cinco a dez anos para evacuar todos esses pacientes gravemente doentes”, alertou o Dr. Peeperkorn, observando que mais de 12 mil pessoas permanecem em listas de espera para tratamento urgente no exterior. Sistema no limiteApenas 16 dos 36 hospitais da região permanecem parcialmente operacionais, com uma capacidade coletiva de pouco mais de 1,8 mil leitos – totalmente insuficiente para as necessidades médicas avassaladoras. “O setor de saúde está sendo sistematicamente desmantelado”, observou o Dr. Peeperkorn, citando a escassez de suprimentos médicos, equipamentos e pessoal. O Hospital Kamal Adwan, principal instalação de saúde do norte de Gaza, está entre as últimas vítimas. Uma incursão em dezembro deixou o hospital gravemente danificado, forçando a transferência de pacientes críticos para o Hospital Indonésio – outra instalação não funcional que carece de suprimentos essenciais. Enquanto isso, o Hospital Al-Awda, o último hospital operacional no norte de Gaza, luta para fornecer cuidados básicos em meio ao esgotamento de recursos, hostilidades contínuas e uma falta precária de acesso a medicamentos vitais. O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, chamou a destruição dos hospitais de “catástrofe de direitos humanos” que “continua a se desenrolar em Gaza diante dos olhos do mundo.” Falando aos embaixadores, ele detalhou padrões de ataques direcionados a instalações de saúde, incluindo o assassinato e remoção forçada de pacientes e funcionários. Profissionais de saúde como alvosPara os profissionais de saúde em Gaza, “usar scrubs e jalecos brancos é como usar um alvo nas costas”, disse a Dra. Tanya Haj-Hassan, da ONG Medical Aid for Palestinians (MAP). Mais de mil trabalhadores da saúde foram mortos desde outubro de 2023. Apesar da violência implacável, esses profissionais continuaram sua missão de salvar vidas, muitas vezes arriscando as suas próprias no processo. “Eles são profissionais orgulhosos e trabalhadores que levam muito a sério seu juramento de cuidar de seus pacientes”, disse a Dra. Haj-Hassan. Ação urgente necessáriaDr. Peeperkorn e o Sr. Türk uniram vozes na exigência de aumento da ajuda humanitária, evacuações aceleradas e adesão ao direito internacional humanitário. “A proteção de hospitais durante a guerra é primordial e deve ser respeitada por todos os lados, em todos os momentos”, enfatizou o Sr. Türk. A OMS verificou 654 ataques a instalações de saúde em Gaza desde outubro de 2023, resultando em 886 mortes e 1.349 feridos. Cada ataque deixa para trás não apenas edifícios danificados, mas também inúmeras vidas interrompidas, negadas acesso a cuidados essenciais e despojadas de dignidade. Apesar da devastação, o sistema de saúde de Gaza persiste. “Contra todas as probabilidades, trabalhadores da saúde, a OMS e parceiros mantiveram os serviços funcionando tanto quanto possível”, disse o Dr. Peeperkorn. A restauração de instalações como o Complexo Médico Al-Shifa e Nasser mostra a capacidade da região de reconstruir. “Isso é nada menos que uma façanha e é uma razão para ter esperança”, observou. No entanto, sem um cessar-fogo e proteção aumentada para os serviços de saúde, o futuro permanece desanimador. | A A |
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O Serviço Federal de Segurança (FSB), da Rússia, diz ter realizado uma operação que desarticulou um esquema global de fraudes com vítimas em 50 países, inclusive no Brasil. Segundo as autoridades, o grupo criminoso utilizava falsas promessas de investimento para enganar pessoas na Índia, no Japão, no Reino Unido e na União Europeia (UE). As informações são do jornal The Moscow Times. Vídeos divulgados pelo FSB mostram agentes mascarados invadindo um centro empresarial, detendo funcionários de diferentes nacionalidades e inspecionando equipamentos como computadores e servidores. De acordo com a agência russa, as atividades ilegais geravam receitas de até US$ 1 milhão por dia. “Os call centers faziam parte de uma rede internacional de crime organizado que aplicava golpes sob o pretexto de negócios de investimento”, informou o FSB. As autoridades russas identificaram o ex-ministro da Defesa da Geórgia David Kezerashvili como um dos principais envolvidos no esquema. Ele teria fundado a empresa Milton Group e estaria atualmente escondido em Londres. O FSB também apontou ligações entre o grupo fraudulento e o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), que teria instruído o call center a enviar falsas ameaças terroristas em território russo em 2022. Onze pessoas foram detidas, incluindo Jacob Keselman, identificado como CEO do Milton Group, e David Todua, proprietário de uma empresa que teria facilitado os pagamentos online do grupo. “Eles enfrentam acusações de formação de grupo criminoso, ameaça falsa de terrorismo e fraude em larga escala”, afirmou o FSB. Keselman negou as acusações de fraude e culpou as vítimas por “não entenderem investimentos e marcas de forex”. Em um relatório de 2020, a rede global de jornalismo OCCRP indicou que o CEO se referia a ele mesmo como “O Lobo de Kiev”, em alusão ao filme “O Lobo de Wall Street”. Já Todua afirmou não ter qualquer vínculo com o Milton Group. A operação ocorre enquanto as autoridades russas ampliam a pressão sobre Kezerashvili. No mês passado, um tribunal de Moscou emitiu um mandado de prisão contra ele por acusações de fraude, após relatos de que ele teria laços comerciais com Todua. | A A |
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Nos últimos anos, o Brasil consolidou sua posição no cenário global de investimentos como um dos principais destinos para o investimento estrangeiro direto (IED). Prova disso é que, em 2023, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país ocupou o segundo lugar no ranking global de destinos do IED, destacando-se pela atratividade de seu mercado interno e potencial de crescimento. Mas, ao contrário dos Estados Unidos e da União Europeia (UE), que possuem estruturas sólidas de proteção ao investimento e dependem fortemente de uma vasta rede de Tratados Bilaterais de Investimento (TBIs) e de organismos como o Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (ICSID), o Brasil adota uma abordagem diferenciada e flexível. Em relação a outros países em desenvolvimento, o Brasil foi visto por muitos anos como um “rebelde” na regulação do IED. Na década de 1990, enquanto o mundo seguia em direção a uma regulação do investimento por meio de TBIs, o Brasil se opunha a esse modelo, argumentando que ele entrava em conflito com a sua Constituição e a soberania nacional. Essa postura fez com que o país adotasse mecanismos alternativos de atração e proteção ao investimento. Entre as principais iniciativas está a criação dos Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFIs), uma alternativa aos TBIs, focados em cooperação mútua e facilitação de investimentos, que priorizam a mitigação de riscos, a transparência e a resolução amigável de disputas por meio de comissões de conjuntos, em vez de arbitragem internacional. Outro instrumento estratégico é o Conselho Nacional de Investimentos, responsável por coordenar políticas de atração de capital estrangeiro. A ideia é criar um ambiente de negócios mais favorável, promovendo a simplificação de processos e a redução de burocracias que dificultam o fluxo de investimentos. Além disso, o Brasil conta com os Programas de Parcerias de Investimentos (PPIs), que visam fomentar investimento em setores estratégicos como infraestrutura, energia e transportes. São iniciativas de parcerias público-privadas (PPPs) que promovem maior colaboração entre o governo e investidores internacionais incluem. De acordo com especialistas, essa abordagem pode ser interpretada como uma tentativa do Brasil de atrair mais investimentos estrangeiros, ao oferecer um ambiente mais receptivo e com menos burocracia. No entanto, essa flexibilidade também pode acarretar riscos, como a ausência de proteção suficiente contra práticas desleais e a chance de desvalorização de ativos. Como funciona nos EUA e UENos Estados Unidos, o Committee on Foreign Investments in the United States (CFIUS) é o órgão responsável por revisar investimentos estrangeiros diretamente, conforme o relatório da Unctad de 2021. Liderado pelo Departamento de Justiça, o comitê atua sob o Foreign Investment Risk Review Modernization Act (Firrma), vigente desde 2018, focando em áreas estratégicas como tecnologias críticas, infraestrutura essencial e negócios relacionados a dados pessoais. A análise prioritária é sobre riscos à segurança nacional. Os investimentos em setores estratégicos devem, obrigatoriamente, passar pelo crivo do CFIUS. Contudo, o comitê tem autonomia para revisar operações não enquadradas como obrigatórias, caso identifique riscos potenciais. Na Europa, o Regulamento de Triagem da UE, lançado em outubro de 2020, fortaleceu a cooperação entre a Comissão Europeia e os Estados-membros na análise de investimentos estrangeiros. A Comissão pode emitir pareceres não vinculativos em casos que ameacem a segurança ou a ordem pública de mais de um país. Embora o regulamento europeu defina critérios claros para revisão de investimentos, cada Estado-Membro mantém autonomia para conduzir análises e aplicar restrições. As áreas prioritárias incluem infraestrutura crítica, tecnologias sensíveis e investimentos de origem governamental, alinhando-se em parte ao modelo norte-americano. Atração e desafios para o capital estrangeiro no BrasilComo parte da política liberal que adota, o Brasil reforça esforços para atrair investimentos estrangeiros em setores estratégicos como energia, infraestrutura e agronegócio. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançou a Janela Única de Investimentos, plataforma que centraliza informações e facilita processos para o setor privado. A neutralidade do Brasil em conflitos internacionais é um elemento-chave de sua política externa, o que atrai investimentos estrangeiros. Diferente de países envolvidos em disputas, o Brasil mantém boas relações diplomáticas com a maioria das nações, tornando-se um parceiro comercial atraente, especialmente para quem busca diversificação de mercados e fontes de abastecimento, ao oferecer estabilidade política e acesso a recursos e consumidores, segundo o Diplomatique. Apesar dos avanços, o país enfrenta desafios. Em 2024, investidores estrangeiros já retiraram R$ 25,9 bilhões da Bolsa de Valores brasileira (B3), segundo a consultoria Elos Ayta, marcando a maior fuga de capital desde 2016, repercutiu a IstoÉ Dinheiro. Os principais setores que atraíram investimentos estrangeiros no Brasil incluem:
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Na segunda-feira (11), dois navios de guerra dos Estados Unidos foram alvos de um ataque coordenado pelos rebeldes Houthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, envolvendo drones e mísseis, mas conseguiram interceptar todos os projéteis sem sofrer danos ou baixas, segundo informações divulgadas pelo Pentágono. As informações são da BBC.
O ataque teve como alvo o destróier USS Stockdale e o USS Spruance, que navegavam pelo estreito de Bab el-Mandeb, uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo, ligando o Mar Vermelho ao Golfo de Áden. De acordo com o major general Pat Ryder, porta-voz da Força Aérea dos EUA, os navios foram atacados por pelo menos oito drones, cinco mísseis balísticos antinavio e três mísseis de cruzeiro antinavio.
“Os navios americanos abateram todos os projéteis lançados contra eles, sem sofrer qualquer dano ou ferir membros da tripulação”, afirmou Ryder durante uma coletiva de imprensa.

O incidente ocorre após uma série de ataques aéreos realizados pelo Comando Central dos EUA contra bases de armazenamento de armas dos Houthis no Iêmen. As ofensivas americanas foram uma resposta ao aumento das atividades hostis dos rebeldes, que são apoiados pelo Irã, na região do Mar Vermelho.
A emissora Al-Masirah, principal canal de notícias administrado pelo movimento Houthi, alegou que os ataques foram uma retaliação aos recentes bombardeios dos EUA, que teriam como alvo dois navios de guerra americanos e um terceiro navio não identificado no Mar Arábico.
O estreito de Bab el-Mandeb é uma rota vital para o comércio global, com milhões de barris de petróleo passando pela área diariamente, e a crescente tensão entre os EUA e os Houthis levanta preocupações sobre a segurança na via navegável estratégica.
O porta-voz militar dos rebeldes, Yahya al-Sarea, afirmou em uma declaração no X que conseguiram atingir o porta-aviões USS Abraham Lincoln com múltiplos mísseis de cruzeiro.
“A primeira operação teve como alvo o porta-aviões americano (Abraham) localizado no Mar Arábico com uma série de mísseis de cruzeiro e drones”, disse o porta-voz militar Houthi Yahya Sarea em um comunicado, repercutiu a Al Jazeera.
No entanto, Ryder declarou que “não tinha informações sobre qualquer ataque” ao navio Abraham Lincoln. Ele ainda acrescentou que os Houthis serão responsabilizados por seus ataques ilegais e perigosos, deixando claro que haverá consequências.
Poder de fogo rebelde
Os rebeldes iemenitas passaram a atacar navios no Mar Vermelho, no Golfo de Áden e no Estreito de Bab al-Mandeb após os ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023. Eles argumentam desde então que têm o objetivo de comprometer o fluxo de mercadorias rumo ao território israelense e assim mostrar apoio aos palestinos em Gaza.
Segundo especialistas, o arsenal dos Houthis inclui mísseis balísticos com alcance de até 1,9 mil quilômetros e drones iranianos Shahed-136, capazes de percorrer até dois mil quilômetros. Os próprios rebeldes exaltam seu arsenal e alegam que chegaram a usar inclusive um míssil hipersônico, artefato que nem as Forças Armadas norte-americanas têm à disposição.
A ofensiva levou a uma ação retaliatória dos EUA e do Reino Unido, que formaram uma coalizão naval para assegurar a navegação livre e evitar um choque econômico ainda maior. Washington chegou a usar seus bombardeiros furtivos B-2, que raramente entram em ação, para atacar uma série de alvos subterrâneos dos Houthis na semana passada, o que expõe o tamanho da preocupação com o grupo.
As rotas visadas pelos Houthis recebem cerca de 15% do comércio internacional, e os ataques forçaram muitas companhias a mudar o trajeto de suas embarcações, encarecendo o frete mundial. Há, entretanto, exceções aceitas pelos Houthis para seus ataques.
O grupo iemenita se absteve de atacar navios de China e Rússia, aliados de Teerã, desde que não tenham conexões com Israel. Em troca, as duas nações prometeram apoio político aos insurgentes, possivelmente incluindo o bloqueio de resoluções da ONU (Organização das Nações Unidas) no Conselho de Segurança.
Fonte Portal Membro A Referência
A Rússia estaria mobilizando recursos significativos para trazer até cem mil soldados norte-coreanos ao seu território, em um controverso acordo que gerou preocupações internacionais. Analistas especializados na fechada nação afirmam, porém, que os militares enviados provavelmente não receberão os valores prometidos, com os recursos indo parar nas mãos do ditador Kim Jong-un e da sua elite governamental. As informações são do Business Insider.
Estima-se que a Coreia do Norte tenha mobilizado cerca de 11 mil soldados para apoiar a Rússia, com oito mil desses combatentes posicionados na região de Kursk. Apesar de pertencerem à elite militar do país, conhecidos como “Boinas Negras”, especialistas avaliam que os soldados enviados não representam os melhores efetivos do regime de Kim. O número, segundo Dmytro Ponomarenko, embaixador da Ucrânia na Coreia do Sul, pode crescer para 15 mil nos próximos meses.
“Esperamos um aumento gradual, com novos contingentes sendo enviados a cada dois ou três meses. Em um ano, o número pode atingir 100 mil”, afirmou o diplomata à Voice of America.

As informações coincidem com avaliações de inteligência de países do G20, reportadas pela Bloomberg, que sugerem o mesmo potencial de escalada no número de tropas.
Implicações financeiras e estratégicas
Relatórios da inteligência sul-coreana indicam que a Rússia estaria pagando aproximadamente US$ 2.000 (cerca de R$ 11,5 mil) por mês por soldado. Se confirmada, a presença dos 11 mil militares já em solo russo implicaria um custo de US$ 22 milhões mensais — valor que pode se multiplicar à medida que mais tropas sejam enviadas.
Contudo, a realidade para os soldados norte-coreanos pode ser bem diferente. Desertores do regime de Kim relatam que os salários médios no país não chegam a US$ 1 por mês. Assim, mesmo uma fração dos valores pagos pela Rússia representaria uma mudança drástica na vida dos combatentes. “É improvável que esses pagamentos cheguem diretamente aos soldados. Na prática, os valores devem ser apropriados pelo governo norte-coreano”, apontou um especialista em regimes autoritários ouvido pela Associated Press.
A unidade de elite dos “Boinas Negras” é formada por tropas de elite conhecidas por realizar missões de alto risco, incluindo sequestros e assassinatos de desertores e agentes estrangeiros. Apesar de sua reputação, os soldados enviados à Rússia parecem ser uma linha de frente composta por recrutas menos experientes, usados como teste inicial para futuras operações mais elaboradas.
Contexto político e riscos
A cooperação entre Moscou e Pyongyang reflete um aprofundamento de suas alianças em meio ao isolamento internacional enfrentado por ambos os países. Para a Coreia do Norte, o acordo pode fornecer uma fonte importante de recursos para sustentar o regime de Kim, ao mesmo tempo que ajuda a Rússia a reforçar suas operações em face de desafios militares crescentes.
No entanto, a mobilização de soldados estrangeiros em larga escala levanta questões sobre os riscos humanitários, políticos e logísticos de tal iniciativa.
Bruce Bennett, especialista em defesa e na Coreia do Norte da organização de pesquisa e análise sem fins lucrativos RAND, afirmou ao Business Insider que acredita que os fundos enviados pela Rússia estão sendo direcionados diretamente para o Partido dos Trabalhadores e, eventualmente, para a família Kim. Segundo Bennett, essa conclusão é provisória, baseada na estrutura e nas práticas passadas do regime norte-coreano. Ele também ressaltou que o governo da Coreia do Norte tem histórico de reter os rendimentos de seus cidadãos no exterior, sugerindo que uma pequena quantia, ou até nada, chegue aos soldados norte-coreanos.
Fonte Portal Membro A Referência
Os judeus que querem punir Israel
Uma campanha internacional pede sanções imediatas contra Tel-Aviv. É a única saída para chegar à paz, dizem os signatários — todos judeus. Denunciam a inércia da ONU e o bloqueio midiático no país, que esconde a barbárie. Governo Netanyahu move-se para criminalizá-los
Yaël Lerer em entrevista ao Mediapart | Tradução: Rôney Rodrigues
As sanções são necessárias, afirma chamado, como a única forma de deter a corrida louca do Estado de Israel para a violência, uma vez que isso foi pouco foi tentado até agora.
“Nós imploramos: salve-nos de nós mesmos! Exerçam uma pressão internacional real sobre Israel para um cessar-fogo imediato e permanente”: esta é a conclusão do chamado dos “cidadãos israelenses para uma pressão internacional real sobre Israel”, assinado até agora por milhares de israelenses, para além do setor habitual da “esquerda radical”, e publicado pelo Libération e The Guardian.
Esta demanda sem precedentes de envolvimento da comunidade internacional – “as Nações Unidas e as suas instituições, os Estados Unidos, a União Europeia, a Liga Árabe e todos os países do mundo” – reflete a urgência sentida pelos signatários.
As sanções são necessárias, afirma o chamado, como a única forma de deter a corrida louca do Estado de Israel para a violência, uma vez que muito pouco, demasiadamente pouco, foi tentado até agora.
Mediação? O Catar jogou a toalha e suspendeu a sua mediação até que o Hamas e Israel demonstrem “vontade e seriedade”.
Resoluções internacionais? A resolução de 10 de junho de 2024, proposta pelos Estados Unidos e aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, sobre um cessar-fogo trifásico adormece nas gavetas de decisões que nunca foram implementadas. As ordens do Tribunal Internacional de Justiça, de janeiro e maio, não fizeram o governo israelita nem os estados que o apoiam mudarem algo.
Mediapart conversou com Yaël Lerer, editora franco-israelense, tradutora e candidata da Nova Frente Popular (NFP) nas eleições parlamentares contra Meyer Habib (membro de Les Républicains e amigo de Netanyahu), e articuladora do chamado.
O apelo “cidadãos israelenses para uma verdadeira pressão internacional sobre Israel” dirige-se à comunidade internacional e apela a “todas as sanções possíveis” contra Israel. A que se deve esse chamado?
Estive em julho em Israel, meu país com o qual nunca rompi laços, onde tenho toda a minha família e onde continuo comprometida. Era insuportável, irrespirável. A sociedade israelense está em uma deriva muito grave. A maioria não está claramente consciente do que nós, israelense, estamos fazendo em Gaza. Não compreendem o aspecto genocida do que estamos fazendo em Gaza. A mídia israelense não mostra nada, além da ruína ocasional, dizendo que o exército está matando líderes do Hamas, e ponto final. Esta deriva da sociedade israelense é tão forte que nenhuma mudança pode vir de dentro. É necessária uma ação externa.
Há mais de um ano, todas as manhãs, quando acordo e olho as redes sociais, vejo dezenas de pessoas assassinadas na Faixa de Gaza, e agora no Líbano. Os soldados israelenses também morrem em vão. O urgente é deter tudo isso já. Agora. Para que amanhã não acordemos com mais cem pessoas bombardeadas até à morte, queimadas vivas dentro de tendas. Mas os israelense que se opõem à guerra, tal como os signatários deste chamado, são minoria. E estamos desesperados. Precisamos ser salvos de nós mesmos.
Seu apelo já reuniu 3.600 assinaturas. Você encontrou um eco fora dos círculos habituais perto da extrema esquerda?
É a primeira vez que um pedido de sanções vai além dos habituais signatários da “esquerda radical. Já assinaram professores eméritos que não necessariamente foram militantes durante a carreira, um ex-embaixador, um ex-procurador-geral, parentes de reféns e até pessoas assassinadas no dia 7 de outubro.
Em breve chegaremos a 3.700 assinaturas. Um terço dos signatários vive no estrangeiro, principalmente na Europa. É importante enfatizar que dois terços dos que assinaram vivem em Israel. E não é fácil assinar um chamado como este. Até agora, muitos dos signatários pensavam que a mudança poderia vir de dentro, que jogar o jogo democrático – manifestando-se e votando, ou fazendo campanha pela paz, pelo diálogo e pela coexistência – seria suficiente. Hoje eles sabem que a mudança não virá de dentro.
Existem poucos palestinos que são cidadãos de Israel. Recebi muitas mensagens de apoio, mas é muito difícil para elas assinarem. Muitos foram detidos e encarcerados por simples mensagens nas redes sociais.
Que tipo de sanções poderiam ser impostas e quão eficazes seriam?
Israel não é a Rússia; não se pode travar uma guerra isoladamente. Precisa de outros países para travar esta guerra. Sem os Estados Unidos, sem a União Europeia, a guerra não poderia continuar nem mais um dia. Sem os Estados Unidos porque são os Estados Unidos que fornecem as bombas, embora estas venham da Alemanha, Itália e Grã-Bretanha. Israel não produz caças ou mísseis. Precisamos de um embargo de armas.
Mas o apoio não é apenas militar. O principal parceiro comercial de Israel é a União Europeia. Nos termos do Acordo de Associação, Israel é tratado quase como um Estado europeu e desfruta dos mesmos benefícios. Este acordo de associação deveria ter sido automaticamente cancelado devido a violações dos direitos humanos, mas continua em vigor.
Por seu lado, os israelenses não compreendem o que está acontecendo na Europa. Quando vêem que o presidente francês e os seus dois antecessores, de direitas e de esquerdas, estão no palanque num jogo França-Israel, pensam que tudo está indo bem. Eles sentem que estão lutando pelo Ocidente. Netanyahu disse: “Nós travamos uma guerra por vocês contra a barbárie”, e os israelenses acreditam.
Por que não houve sanções até agora?
Os europeus não compreendem o que está acontecendo em Israel. Existe uma visão de Israel como um Estado democrático, quando este não é o caso, e a maioria da população, especialmente os jovens, considera absolutamente normal que o Estado de Israel seja um Estado judeu para judeus e que outros cidadãos, não-judeus, não têm os mesmos direitos. Tenho a impressão de que esta noção de Estado judeu tem sido considerada como algo simbólico. Mas não há nada de simbólico nisso, aplicam-se leis diferentes.
Aqui na Europa, vemos os grandes escritores, artistas, cineastas que leem o Haaretz, que é um jornal liberal no sentido político e cujas opiniões são muito minoritárias, e têm a impressão de que Israel é isso. Mas não é nada disso. Na minha opinião, nem 2% dos israelenses leem o Haaretz.
Que reações este apelo provocou?
Em Israel, um deputado prometeu apresentar um projeto de lei para demitir os professores universitários que assinaram o apelo. E o ministro da Justiça, Yariv Levin, escreveu ao consultor jurídico do governo pedindo-lhe que examinasse um projeto de lei que prevê penas de prisão de dez anos para qualquer pessoa que peça sanções contra Israel, que seriam aumentadas para vinte anos em tempo de guerra.
Na comunidade internacional, ouvimos alguns pequenos ecos nos círculos diplomáticos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, mas até agora nada em França. No entanto, é urgente. As sanções deveriam ter sido adotadas ontem!
Fonte Portal Membro Outras Palavras
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