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A A | Depois do neoliberalismo, a renovada oligarquia?Estaremos vivendo o fim da era neoliberal? É cedo para dizer, mas guerra tarifária indica uma guinada oligarquica e nacionalista no sistema. E cria um impasse: como conciliar ações contra a crise climática com o impulso de cada país à própria “modernização”? A conjuntura da guerra tarifária iniciada por Trump traz à tona mais um paralelo do período atual, desde a reascensão da extrema direita na década passada, com a década de 1930. No entanto, é necessário um cuidado com os entendimentos lineares da comparação e dos eventos que se desenrolaram naquele período. Foi em função do erguimento de barreiras tarifárias pelos próprios países centrais, em resposta à crise de 1929, que abriu-se uma janela de oportunidade para que alguns países latino-americanos fizessem o mesmo, o que, por sua vez, criou as condições para o longo período – que no Brasil seria encerrado com o fim da ditadura militar nos anos de 1980 – de vigência do projeto nacional-desenvolvimentista, baseado na industrialização por substituição de importações (ISI). Estaríamos diante do fim da era neoliberal, na direção de um regime oligárquico-corporativo? Ou de um processo de transformação ainda interno ao neoliberalismo (uma guinada oligárquica e nacionalista, porém ainda neoliberal)? Ao lado do favorecimento escancarado das grandes corporações, percebe-se uma tentativa, por parte do governo estadunidense, de ficar livre dos resquícios de alguns elementos herdados do modelo fordista-keynesiano, nas porções do Estado de bem estar social que ainda restam – o que indica um movimento de neoliberalização radical. Por outro lado, lança-se ao mar a ala neo-ricardiana do livre comércio internacional, que constitui uma base fundamental do processo de neoliberalização, complementar e diretamente vinculado à mundialização que vem à tona a partir do final da década de 1970. Seria uma guinada oligárquica e neomercantilista por dentro do neoliberalismo? O que está claro neste momento é que a China venceu o grande jogo econômico configurado pelas potências ocidentais no período de Thatcher e Reagan e a partir dele, através de uma estratégia política que reflete sua longa tradição de inteligência conflitiva, consistindo no uso da força do oponente para seu próprio benefício (a altíssima massa de lucros garantidas às grandes empresas ocidentais através da atração dos investimentos diretos, que depois dariam lugar às próprias empresas chinesas tomando o protagonismo e a liderança, inclusive na produção de tecnologia). Por cima deste quadro, Trump parece voltar a um modo de exercício hegemônico direto e assumido, que pode envolver um balcão de negócios em que concede acesso ao mercado estadunidense de acordo com concessões e benefícios que poderia obter de outros países, que, como ele parece supor, fariam fila para negociar com os EUA, que sempre teriam a vantagem na mesa de negociação. Outra trajetória provável é a reconfiguração de um mundo bipolar, em novos termos, em que EUA e China criam circuitos paralelos de comercialização e investimentos – provavelmente com a possibilidade de sobreposições fracas, como parece ser o caso da estratégia brasileira neste momento, mas que os EUA já anunciaram que pretendem combater diretamente. Em termos geopolíticos, trata-se de um movimento bastante preocupante, pois rompe-se com a velha máxima liberal do comércio internacional produzindo interdependências que fazem com que as potências militares evitem o conflito direto – como na pax britannica do longo período de ausência de grandes conflitos, com exceção da guerra franco-prussiana, entre o fim das guerras napoleônicas e a primeira guerra mundial. O rearmamento europeu, forçado por Trump como uma forma de exportar o velho keynesianismo militar estadunidense, joga lenha nessa mesma fogueira, e envolve uma aposta altamente arriscada, que pode resultar num isolamento dos EUA, impulsionando fortemente a passagem da hegemonia na direção da China. A estratégia de geração de crescimento econômico através do impulso às forças armadas talvez seja o elemento do velho Estado keynesiano que entrou de forma mais harmoniosa no Estado neoliberal, e o fato dos europeus não terem precisado de ativá-lo em grande escala explica em parte a resiliência de seu aparato de bem estar, agora frontalmente ameaçado. Como disse o presidente finlandês, Alexander Stubb, em janeiro, “acabaram as férias que a Europa tirou da história”. Em relação à semi-periferia e à eventual possibilidade de retorno da ISI e duma nova rodada desenvolvimentista, seria ela capitaneada por capitais chineses? Em que sentido as relações com eles poderiam ser diferentes das relações (de centro e periferia) que estabelecemos com as economias do Atlântico Norte e que foram tão significativas na reprodução de nossa inserção heterônoma no sistema-mundo e de nossas estruturas produtoras de injustiça e precariedade? Os ideólogos sinófilos – alguns enxergam o céu socialista na terra na experiência iniciada por Deng Xiaoping – apontam para a preferência da diplomacia chinesa por relações de reciprocidade benéfica (ou “ganha-ganha”). No entanto, a rigor, não foi exatamente isso que aconteceu no Brasil desde o início do século, a nossa desindustrialização tendo sido muito impulsionada pela parceria comercial com os chineses (que produziram o boom de commodities dos anos 2000 em troco da exportação de sua produção industrial). Em que medida poderia se fazer presente, diante de todo este cenário de recrudescimento de forças reacionárias, a perspectiva pós-desenvolvimentista (que se fortaleceu muito desde aquela conjuntura do neoextrativismo hegemônico da década de 2000, informada e abastecida pelo ganho de protagonismo das populações tradicionais, que aumentaram sua presença nas redes de mobilizações diversas, chegando ao ponto de constituir um grupo como a Teia dos Povos, que hoje ocupa uma posição de ponta nas constelações de movimentos sociais no país)? Daquele ponto de vista, a conjuntura histórica maior, marcada pelas crises múltiplas e imbricadas (da crise ecológica à crise de ansiedade em larga escala), não pode ser respondida com mais modernização – que o eventual retorno da trajetória de industrialização desenvolvimentista implicaria. No entanto, o fortalecimento de uma ameaça real no plano da geopolítica requer a constituição de um meio que seja capaz de resistir à alta pressão advinda daquela ameaça, e com isso a via do pós-desenvolvimento e do decrescimento, necessária diante do quadro da emergência climática e de uma série de outros quadros sociais críticos, tende a perder espaço. Um dos maiores desafios que o retorno da extrema direita ao cerne do poder da hegemonia maior em pleno declínio nos coloca é exatamente este: como deixar de responder através das formas que ele força seus oponentes a fazer, justamente como no militarismo europeu reativado? | A A |
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Aviação civil brasileira bate recorde e supera 10 milhões de viajantes em marçoMarquezan AraújoEm março de 2025, mais de 10,2 milhões de pessoas utilizaram a aviação comercial em viagens nacionais e internacionais. Essa marca representa um salto de 8% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado — apontado como um recorde — foi divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Ministério de Portos e Aeroportos. Os dados fazem parte do Relatório de Demanda e Oferta, apresentado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em março de 2025, mais de 10,2 milhões de pessoas utilizaram a aviação comercial em viagens nacionais e internacionais. Essa marca representa um salto de 8% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado — apontado como um recorde — foi divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Ministério de Portos e Aeroportos. Os dados fazem parte do Relatório de Demanda e Oferta, apresentado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em relação ao mercado doméstico, houve um aumento de 6% na movimentação, o que representa 7,9 milhões de viajantes. Quanto ao mercado internacional, o cenário foi ainda mais positivo, com uma elevação de 15,5%, devido a embarques ou desembarques de 2,3 milhões de passageiros. Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o modal tem apresentado uma evolução significativa, o que tem gerado benefícios para a economia do país, principalmente no que diz respeito à geração de emprego e renda. “Os números são excepcionais e reforçam que o setor aéreo tem crescido de acordo com a economia do país. O resultado representa um acréscimo de quase 800 mil turistas na aviação apenas no mês de março. Se considerarmos os dados do primeiro trimestre, são 2,3 milhões de viajantes a mais inseridos na aviação brasileira. Isso representa mais emprego, desenvolvimento econômico das cidades e aumento da renda do nosso povo”, destacou. Para o Secretário Nacional de Aviação Civil, Tomé Franca, os resultados mostram que o setor tem contribuído para o crescimento econômico do país, o que está diretamente relacionado aos investimentos públicos federais realizados nos últimos dois anos. “São números animadores, que atestam não só a economia brasileira aquecida, como também refletem os investimentos que o Governo Federal vem realizando na aviação civil, com a recuperação de aeroportos e melhorias na infraestrutura do setor. Temos mais brasileiros voando, mais cargas sendo transportadas e maior oferta de assentos, o que gera mais empregos, renda e oportunidades para os brasileiros”, pontuou. Mercado internacionalDe acordo com o levantamento, desde outubro de 2023, a quantidade de passageiros transportados nesse segmento tem alcançado patamares históricos, com recordes registrados mês a mês, desde julho de 2024. Voa Brasil: reservas do programa movimentaram mais de 80 municípios em oito meses Em março deste ano, o número de decolagens ultrapassou a marca de 13,3 mil. Trata-se da melhor marca para o mês desde o início da série histórica, em 2000. O resultado corresponde a um acréscimo de 15% em relação a março de 2024. Rotas internacionais mais operadasOs dados mostram ainda que as rotas internacionais mais operadas em março se concentraram na América do Sul. Entre as 10 principais, 8 estão localizadas no subcontinente. A rota Guarulhos–Buenos Aires, na Argentina, foi a que registrou o maior fluxo no terceiro mês de 2025, com 746 voos realizados. Na sequência, estão Santiago–Guarulhos, Galeão–Buenos Aires, Santiago–Galeão e novamente Galeão–Buenos Aires. Transporte de cargasO transporte de cargas também apresentou o melhor resultado do modal aéreo para um mês de março nos últimos 25 anos – impulsionado pelo mercado internacional. Ao todo, foram movimentadas 116 mil toneladas. Desse total, 77,3 mil toneladas foram destinadas ao exterior, ou seja, um aumento de 4,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. O indicador apresenta variação positiva há 12 meses consecutivos. | A A |
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Bate-Papo com a Defesa Civil explica contratações emergenciais para enfrentar incêndiosAgência do RádioO uso da aviação no combate a incêndios e a importância do apoio federal nas contratações emergenciais foram os principais temas do ‘Bate-Papo com a Defesa Civil. O programa foi transmitido ao vivo nesta quinta-feira, 24 de abril, pelo canal do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional no youtube. O encontro abordou a Instrução de Registro de Preços número 09/2025, que fortalece a resposta do poder público frente a desastres, especialmente os causados por queimadas. O uso da aviação no combate a incêndios e a importância do apoio federal nas contratações emergenciais foram os principais temas do ‘Bate-Papo com a Defesa Civil. O programa foi transmitido ao vivo nesta quinta-feira, 24 de abril, pelo canal do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional no youtube. O encontro abordou a Instrução de Registro de Preços número 09/2025, que fortalece a resposta do poder público frente a desastres, especialmente os causados por queimadas. Durante o bate-papo, a coordenadora-geral de Estratégias de Aquisições e Contratações do Ministério da Gestão e da Inovação, Marfisa Maciel, destacou a urgência de adaptação à nova realidade climática do país. “As situações de incêndio e queimadas que antes eram restritas a uma região ou poucos biomas no país, agora se tornam comuns desde o Norte até a Região Sul. Vocês, representantes das defesas civis, podem ter acesso a contratos relativos a serviços aéreos, como fretamento de aeronaves para situações de calamidade e emergência.” O bate-papo também reforçou a importância da capacitação contínua dos gestores públicos e da articulação entre os entes federativos para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. A íntegra do encontro está disponível no canal do MIDR no YouTube, no endereço m-i-d-regional Para saber mais sobre as ações do Governo Federal em Proteção e Defesa Civil, acesse mdr. gov.br. | A A |
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CNI: pessimismo aumentou em 15 setores da indústria e entre todos os portes de empresaBianca MingoteOs resultados do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) Setorial, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na última sexta-feira (25), apontam que a confiança da indústria caiu de forma generalizada em abril. Em relação a março, o indicador caiu em 15 dos 29 setores industriais considerados pelo levantamento, em quatro regiões do país e entre todos os portes de empresas. Os resultados do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) Setorial, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na última sexta-feira (25), apontam que a confiança da indústria caiu de forma generalizada em abril. Em relação a março, o indicador caiu em 15 dos 29 setores industriais considerados pelo levantamento, em quatro regiões do país e entre todos os portes de empresas. A Região Sudeste teve a maior queda entre todas as regiões brasileiras, de 1,3 ponto, com impacto significativo no resultado nacional do ICEI. A região atingiu o menor nível de confiança da indústria desde junho de 2020. Com isso, em abril, a confiança da indústria do Sudeste recuou para 45,9 pontos. Além da Região Sudeste, a confiança também caiu no Nordeste (-0,6 ponto), Norte (-1,1 ponto) e Centro-Oeste (-0,8 ponto), em todos os portes de empresa industrial (pequeno, médio e grande). No Sul, a confiança da indústria ficou praticamente estável (+0,2 ponto). Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a percepção de piora nos negócios e na economia brasileira justificam a queda de confiança generalizada no setor industrial. “As empresas estão percebendo uma piora nas condições de seus negócios, uma piora na economia brasileira como um todo. E quando se fala das expectativas, olhando para frente, elas veem uma piora das expectativas com relação à empresa e também com relação à economia brasileira ”, explica Marcelo Azevedo. Recorte setorialApesar do índice ter diminuído em 15 dos 29 segmentos da indústria, aumentou em 13 e não mudou em um. Dessa forma, cinco setores industriais saíram de um estado de confiança para um estado de falta de confiança, enquanto três fizeram o caminho inverso. Confira os setores que se tornaram pessimistas:
Confira os setores menos confiantes:
O balanço final de abril revela que empresários de 23 setores estão pessimistas, enquanto os representantes de apenas seis segmentos estão otimistas, sendo extração de minerais não metálicos, bebidas, calçados e suas partes, biocombustíveis, farmoquímicos e farmacêuticos e de veículos automotores. Outro resultado negativo do ICEI foi que em abril de 2025 a confiança da indústria caiu em todos os portes de empresa. Com a queda, as indústrias de grande porte migraram de um estado de confiança para falta de confiança. É a primeira vez desde janeiro de 2023 que as grandes indústrias registram falta de confiança. | A A |
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A A | ![]() Enfim, uma alternativa aos opioides?Recém-aprovada pelas autoridades dos EUA, a suzetrigina mostrou-se um analgésico muito eficaz – sem os efeitos viciantes de outras substâncias. Para especialistas, isso pode torná-la uma poderosa ferramenta contra a epidemia de overdoses no país O potencial aditivo dos medicamentos opioides, estopim de crises de saúde pública pelo mundo, leva à busca cada vez mais urgente de alternativas. Em especial após a escalada da epidemia de overdoses nos Estados Unidos, que há anos registra em torno de 100 mil óbitos anuais — a maioria deles, associados ao abuso de opioides como a fentanila –, o governo e as farmacêuticas daquele país se tornaram atores particularmente interessados em conduzir pesquisas nesse sentido. Hoje (31/1), as autoridades sanitárias estadunidenses autorizaram o uso da suzetrigina, uma substância que promete ter um efeito analgésico igualmente potente, mas sem os efeitos negativos. Sem dúvida, a notícia merece comemoração. No entanto, não é possível esquecer os entraves ao acesso às inovações que são impostos pelo sistema de patentes aos que mais precisam. As primeiras informações sugerem que cada pílula do novo medicamento custará 15 dólares nos EUA. Que valores a farmacêutica que o desenvolveu buscará cobrar nos países do Sul Global? O texto sobre a suzetrigina que se segue, publicado pela Nature, oferece informações úteis para as próximas batalhas da pauta do acesso a medicamentos. (G. A.) Em 2023, quando Terp Vairin acordou de uma cirurgia em sua cavidade nasal, ela sentia como se tivesse levado um soco forte no nariz. Quando o efeito da anestesia passou, Vairin pediu algo para aliviar a dor e teve uma surpresa agradável. O medicamento que ela recebeu — um novo tipo de analgésico administrado como parte de um ensaio clínico — aliviou seu desconforto sem os efeitos de tontura ou náusea típicos de um opioide. “Eu me senti muito lúcida”, diz Vairin, uma artista de Decatur, no estado americano da Geórgia. Agora, milhões de pessoas nos Estados Unidos poderão ter acesso a esse analgésico — um medicamento chamado suzetrigina que funciona bloqueando seletivamente os canais de sódio em células nervosas sensíveis à dor e garantindo a supressão da dor no mesmo nível que os opioides sem os riscos de dependência, sedação ou overdose associados a eles. Na quinta-feira, a Food and Drug Administration (FDA), autoridade sanitária dos EUA, deu seu aval ao uso da suzetrigina para o tratamento da dor em curto prazo, e ela passou a ser o primeiro medicamento analgésico dos últimos 20 ano funcionar por meio de um mecanismo totalmente novo e receber aprovação regulatória. Especialistas saudaram a chegada de uma alternativa potente, mas mais segura, aos opioides, que são responsáveis por uma onda de overdoses e mortes nos Estados Unidos e em outros países. “Qualquer coisa que possamos adicionar ao conjunto de recursos que nos permite reduzir a dependência de opioides é um avanço importante”, diz Paul White, anestesiologista do Cedars-Sinai Medical Center em Los Angeles, Califórnia, que participou do desenvolvimento da suzetrigina. Enquanto isso, os desenvolvedores de medicamentos veem a aprovação da suzetrigina como um indício de que atingir os canais de sódio — uma estratégia que há muito desafia a indústria farmacêutica — pode render sucesso. “É um grande passo à frente”, afirma Stephen Waxman, neurocientista da Escola de Medicina de Yale em New Haven, Connecticut. A suzetrigina, que recebeu o nome comercial de Journavx, não é o primeiro medicamento direcionado aos canais de sódio que passa a ser usado para o tratamento da dor. Compostos como a procaína (Novocaína) e a lidocaína têm sido usados como anestesias confiáveis há mais de um século. No entanto, os canais de sódio vêm em nove subtipos, e esses medicamentos mais antigos bloqueiam todos os nove indiscriminadamente, então devem ser administrados de forma local — por meio de injeções, cremes ou geis para a pele — para evitar efeitos colaterais generalizados. A busca por medicamentos mais seletivos começou após a descoberta, na década de 1990, de que três dos canais de sódio aparecem principalmente em neurônios sensíveis à dor — o que significa que eles têm pouca atividade no coração ou no cérebro e, portanto, um risco muito menor de toxicidade ou potencial de dependência. Os canais de sódio operam como portões, abrindo e fechando em resposta a sinais elétricos que fluem através das células nervosas para deixar os íons de sódio passarem. Isso inicia uma cascata de impulsos nervosos que transmitem sinais de dor ao cérebro. Os primeiros esforços para direcionar medicamentos a esses canais se concentraram amplamente em um subtipo chamado NaV1.7. Waxman o compara ao fusível de um foguete, que amplifica a faísca inicial de um sinal de dor. Isso, por sua vez, acende o NaV1.8, outro subtipo de canal que age como propulsor de fogo, intensificando ainda mais o sinal e retransmitindo-o, na forma de impulsos repetitivos, pelos nervos até a medula espinhal e, finalmente, para o cérebro. Um terceiro canal, o NaV1.9, modula ainda mais a intensidade e a duração do sinal. Estudos genéticos de meados dos anos 2000 – que tiveram início em pacientes com uma condição de dor crônica chamada “síndrome do homem em chamas” e depois passaram por pessoas com insensibilidade completa à dor – indicaram que o NaV1.7 seria uma espécie de um regulador mestre da percepção da dor. Essas foram descobertas “de tirar o fôlego” que, de acordo com Waxman, levaram “a maior parte do dinheiro e da atenção” a serem direcionados para esse subtipo de canal. No entanto, os esforços iniciais da indústria farmacêutica para inibir o NaV1.7 produziram resultados clínicos decepcionantes. O NaV1.9 mostrou-se difícil de estudar em laboratório, então a atenção se voltou para o NaV1.8. Após testar dois outros inibidores seletivos de NaV1.8, a farmacêutica responsável pelas pesquisas se inclinou para a suzetrigina (anteriormente conhecida como VX-548) — e descobriu que ela bloqueia seu alvo de forma 30 mil vezes mais potente do que outros canais de sódio. “O VX-548 não surgiu do nada”, diz Marc Rogers, consultor de descoberta de medicamentos em Cambridge, Reino Unido. “É uma história de trabalho longo e árduo.” | A A |
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A A | Defesa Civil Alerta: avisos já foram emitidos em Petrópolis (RJ), Vitória (ES) e Campinas (SP)Brasil61As cidades de Petrópolis (RJ), Vitória (ES) e Campinas (SP) receberam, pela primeira vez, avisos pelo sistema Defesa Civil Alerta. As mensagens ocorreram em Petrópolis, em virtude de pancadas de chuva no domingo (22); em Vitória devido às fortes chuvas na tarde de segunda-feira (23) e em Campinas, também por causa das fortes chuvas na véspera de Natal, dia 24. As cidades de Petrópolis (RJ), Vitória (ES) e Campinas (SP) receberam, pela primeira vez, avisos pelo sistema Defesa Civil Alerta. As mensagens ocorreram em Petrópolis, em virtude de pancadas de chuva no domingo (22); em Vitória devido às fortes chuvas na tarde de segunda-feira (23) e em Campinas, também por causa das fortes chuvas na véspera de Natal, dia 24. No caso de Petrópolis, foram dois alertas, às 17h12 e às 17h39, um por risco de inundação e o segundo em virtude da possibilidade de deslizamento. Em Vitória, o aviso foi disparado às 15h35, e em Campinas às 22h. As duas mensagens chamavam a atenção para o risco de alagamentos e inundações. “Em Petrópolis, o primeiro alerta foi focado em um desastre de inundação por conta da extrapolação de alguns rios na região. Ele comunicava a necessidade das pessoas não passarem naquelas áreas que já estavam com ruas alagadas e inundadas. O segundo alerta foi em virtude do risco de deslizamentos”, explicou o coordenador-geral de monitoramento e alerta do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) da Sedec, Tiago Schnorr. “Na região Metropolitana de Vitória e em Campinas, os alertas previam chuvas intensas que poderiam gerar riscos como impactos à segurança da população”, acrescentou. Segundo Schnorr, esses alertas serão enviados apenas para desastres, riscos realmente críticos, onde haja um possível impacto à segurança e à vida das pessoas. As orientações à população incluem buscar áreas mais seguras e monitorar as condições climáticas. “Os sistemas de monitoramento de alerta e alarme estão acompanhando todas as situações de risco 24 horas por dia para. A partir dessas previsões, é possível emitir alertas ou recomendações qualificadas para a população”, pontuou. O coordenador chamou atenção, ainda, para o risco de chuvas intensas nos últimos dias do ano. “Nestes últimos dias do ano de 2024, se prevê a atuação de uma zona de convergência do Atlântico Sul, em áreas da região sudeste, principalmente São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Essas áreas passam a ter riscos de chuvas mais intensas e, a partir daí, riscos associados de desastres hidrológicos, como alagamentos, inundações, enxurradas e também geológicos, como deslizamentos, passam a ser possíveis”, avaliou Tiago. Primeiros alertas No início do mês, o Defesa Civil Alerta já havia sido utilizado em Minas Gerais. No dia 7, no município de Conceição do Pará, em virtude de deslizamentos em uma pilha de rejeitos de uma empresa de mineração. E no dia 20, dois avisos alertaram para risco de alagamentos e enxurradas em avenidas de Belo Horizonte. Defesa Civil Alerta Em outubro de 2022, a Anatel determinou às operadoras de telefonia móvel uma evolução do sistema de notificações de desastres, por meio da tecnologia de transmissão via telefonia celular. A nova funcionalidade, que foi denominada “Defesa Civil Alerta” vai complementar as atuais ferramentas utilizadas para o envio de alertas (SMS, TV por Assinatura, Whatsapp, Telegram e Google Public Alerts). Por meio da ferramenta, são enviadas mensagens de texto, estilo pop-up na tela do celular, sobrepostas ao conteúdo sendo acessado naquele momento, a todos os aparelhos compatíveis conectados às redes móveis 4G e 5G, localizados nas regiões com risco de desastres naturais ou outras situações emergenciais. Fonte: MIDR | A A |
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Tragédia na ponte entre Estreito (MA) e Aguiarnópolis: 14 pessoas ainda estão desaparecidasMarquezan AraújoA ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, sobre o Rio Tocantins, segue com interdição total. O trecho é localizado na BR-226 e liga os municípios de Estreito (MA) e de Aguiarnópolis (TO). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), as equipes de resgate retiraram duas pessoas das águas. Uma delas é um homem de 36 anos e a outra é uma mulher de 25 anos, sem vida. Pelo menos outras 14 pessoas ainda estão desaparecidas. A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, sobre o Rio Tocantins, segue interditada totalmente. O trecho está localizado na BR-226 e liga os municípios de Estreito (MA) e de Aguiarnópolis (TO). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), as equipes de resgate retiraram duas pessoas das águas. Uma delas é um homem de 36 anos e a outra é uma mulher de 25 anos, sem vida. Pelo menos outras 14 pessoas ainda estão desaparecidas. Além disso, até o momento, pelo menos 10 veículos caíram no rio, entre eles quatro caminhões, três automóveis e três motocicletas. Pelo menos dois desses caminhões estavam carregados com produtos perigosos, como ácido sulfúrico, por exemplo. Locutor da Rádio Centro Aguiarnópolis, Elias Lima, de 44 anos, afirma que, como morador da cidade, encara a situação com tristeza. Para ele, o sentimento também é de revolta, uma vez que, antes do incidente, as autoridades competentes já recebiam alertas por parte da população de que a ponte poderia cair. “Foi uma tragédia anunciada. Não é de hoje que dizem que essa ponte iria cair. E as autoridades competentes não tomaram as devidas providências. O que eles faziam eram apenas reparos mínimos, só tapa-buraco praticamente, e com um mês já estava na mesma situação. Então, aconteceu essa tragédia”, lamenta. A PRF também informou que enviou equipes ao local com o intuito de acompanhar a situação e prestar os atendimentos necessários. Integrantes da Marinha do Brasil, bombeiros militares e outros órgãos de apoio atuam em conjunto para definir estratégias de buscas. Mergulhadores especializados já estão no local. Rotas alternativasDiante do caso, a PRF e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) divulgaram rotas alternativas para quem deseja atravessar o rio. Confira: Para os condutores que seguem no sentido Belém/Brasília via Imperatriz (MA), uma opção é ir pela BR-010, entrar à direita no km 249,6, na rotatória; atravessar a Ponte Dom Affonso Felippe Gregory; continuar pela TO-126 até Sítio Novo do Tocantins (TO); seguir para Axixá do Tocantins (TO) pela TO-201; continuar pela TO-134 para São Bento do Tocantins (TO), Luzinópolis (TO) e, então, Darcinópolis (TO); acessar a BR-226 e seguir em direção a Brasília (DF). Já para os usuários que vão no sentido Brasília/Belém via Darcinópolis (TO), a alternativa é seguir pela TO-134 em direção a Luzinópolis e São Bento do Tocantins; seguir em direção a Axixá do Tocantins, continuando pela TO-134; seguir pela TO-201 até Sítio Novo do Tocantins; continuar para Imperatriz (MA) pela TO-126; atravessar a Ponte Dom Affonso Felippe Gregory; acessar a BR-010 e seguir em direção a Belém (PA). Rádios comunitárias: prorrogado prazo para envio de propostas para operação em 795 municípios Corte de gastos: confira principais pontos da proposta aprovada no Congresso Nacional Para aqueles que seguem de Balsas (MA) a Brasília (DF), a opção é seguir para Carolina (MA); realizar a travessia do Rio Tocantins na balsa para Filadélfia (TO); seguir pela TO-222 até Araguaína (TO); acessar a BR-153 e seguir em direção a Brasília (DF). E a alternativa para quem segue de Brasília (DF) a Balsas (MA) é seguir pela TO-222 até Filadélfia (TO); realizar a travessia do Rio Tocantins na balsa para Carolina (MA) e seguir pela BR-230 para Balsas (MA). | A A |
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Auxílio Extraordinário: mais pescadores artesanais da Região Norte terão direito ao benefícioAo que parece, está se iniciando uma disputa entre chineses e americanos para assegurar fontes de suprimento de minerais críticos. Em apenas uma semana (a última do mês de novembro), três movimentos indicam essa movimentação. Pelo lado chinês, a CNMC (China Nonferrous Mining Metal Company) adquiriu a Mineração Taboca, produtora de estanho, tântalo e nióbio, que era controlada pelo grupo peruano Minsur, pelo valor de US$ 340 milhões. Além disso, a também chinesa Baiyin Nonferrous firmou um compromisso de compra da Mineração Vale Verde, produtora de cobre em Alagoas e controlada pelo fundo de investimento Appian Capital, pelo valor (não confirmado pela Appian) de US$ 420 milhões. No que se refere aos americanos, o Export-Import Bank of the United States comprometeu-se a financiar US$ 266 milhões para a Lithium Ionic construir o seu projeto de lítio Bandeira, no Vale do Lítio, em Minas Gerais. A Mineração Taboca, em sua mina de Pitinga, localizada no município de Presidente Figueiredo, no Amazonas, possui reservas expressivas de minério de estanho contendo nióbio, tântalo, zircônio, urânio e terras raras. Um estudo de avaliação realizado há alguns anos indicou recursos totais de 618 milhões de toneladas de minério, sendo 164 milhões t Medidas, 260 milhões t Inferidas, 194 milhões t Indicadas. Além disso, o estudo apontava para um potencial adicional de 568 milhões de toneladas, o que elevaria o total de recursos para 1,186 bilhão de toneladas. Os teores eram os seguintes: estanho - de 0,082 a 0,141% Sn; nióbio de 0,169 a 0,202% de Nb2O; tântalo - 0,018 a 0,024 de Ta2O5; urânio - 0,031 a 0,043% de U3O8 e zircônio - 0,796 a 0,845% de ZrO2. A reserva lavrável (provadas e prováveis) somavam 201 milhões de toneladas, com 0,176% de Sn, 0,223% de Nb2O5, 0,028% de Ta2O5, 0,03% de U3O8 e 0,808 de ZrO2. Além disso, o minério contém terras raras pesadas, o que pode ajudar a explicar o interesse da CNMC, que é um importante processador de terras raras na China. Em seu relatório anual de 2023, o grupo Minsur reporta um total de 337,4 milhões de toneladas de recursos em Pitinga, sendo 121,3 milhões t Medidas e 216,1 milhões t Indicados, com teores de 0,119% de Sn, 0,199% de Nb2O5 e 0,026% de Ta2O5. Não se menciona urânio nem zircônio. Além disso, na planta de metalurgia que possui em Pirapora do Bom Jesus (SP), estima-se que a Taboca tenha estocado cerca de 400 mil t de escória contendo elementos de terras raras, háfnio, urânio e zircônio, que não são recuperados no processo metalúrgico do estanho, nióbio e tântalo. A Mineração Vale Verde, por sua vez, opera o projeto Serrote, em Craíbas (AL), que concluiu ramp up em 2022, é um dos quatro produtores de cobre no País. A transação com a Baiyin, também conhecida como BNMC, é o principal supridor de cobre na China, listada na bolsa de valores de Shangai, só deverá ser finalizada no início de 2025, após análise do CADE e do governo chinês. Já a Lithium Ionic pretende ser uma os principais produtores brasileiros de lítio, com uma capacidade de 178 mil toneladas/ano, a partir de 2026. A diferença entre as estratégicas adotadas por chineses e americanos, na busca por minerais críticos, é que enquanto os chineses fazem aquisições, assumindo os ativos, os americanos preferem fazer aportes financeiros nos empreendimentos, uma forma de garantir suprimento futuramente. (Por Francisco Alves) | A A |
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