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  A A      Infância na mesa: como escapar dos ultraprocessados? Obesidade já atinge boa parte das crianças, inclusive bebês. Além de gerar doenças, industrializados alteram a percepção gustativa e o desenvolvimento. Valorizar outras culturas alimentares é essencial, mas também enquadrar corporações com uma Reforma Tributária Saudável Há algumas poucas décadas, ali pelos anos 80, o sonho de meninos e meninas — seja no aniversário ou no Natal — era ganhar uma bicicleta. Até Silvio Santos tinha a chamada “magrela” como prêmio máximo nos jogos de seu programa de auditório infantil, o “Domingo no Parque”. Sim, a molecada queria mais era sair pedalando por aí! Gradualmente, os videogames foram ganhando espaço nessa lista dos desejos infantis, conectando o cérebro das crianças com um aparelho que não exigia esforço físico praticamente nenhum. Mas, apesar de não envolver o corpo nem estimular a capacidade de inventar — já que para utilizá-los era só seguir o que apareci...

A urgência de cuidar de quem cuida

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  A A      A urgência de cuidar de quem cuida Condições de trabalho cada vez mais precárias empobrecem o cuidado, que deve ser uma força transformadora. Sua reconstrução exige valorizar profissionais da saúde – com redução de jornada, apoio psicológico e melhorias salariais Por  Luis de Souza e Souza , autor convidado “Trabalhar na saúde te ensinou a salvar vidas, menos a sua”. A frase ecoa o esgotamento silencioso de milhares de profissionais que, diariamente, sustentam o sistema de saúde com o corpo e com a alma. No imaginário coletivo, o profissional de saúde é símbolo de abnegação e força. Contudo, por trás do jaleco e da postura resiliente, há histórias de exaustão, ansiedade, depressão e perda de sentido. A formação em saúde ensina protocolos, técnicas e condutas éticas, mas raramente ensina o autocuidado. Aprender a lidar com o sofrimento alheio, sem espaço para processar o próprio, é uma das marcas da cultura profissional no setor. O cuidado, que de...

Na Rússia, caminhos para um mundo policêntrico

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  A A      Na Rússia, caminhos para um mundo policêntrico Há 20 anos, Clube Valdai reúne intelectuais, diplomatas e economistas de dezenas de países em busca de saídas à crise civilizatória – enquanto EUA e Europa se fecham ao diálogo. Poderia ser inspiração ao Brasil – que hoje se porta com altivez mundial – para criar uma “ágora global”? O mundo atravessa uma quadra de extraordinária complexidade e elevados riscos. Estamos ameaçados por perigos de guerra nuclear, por problemas sociais e demográficos, pela destruição ambiental e pelos impactos incalculáveis do progresso tecnológico acelerado, em especial da inteligência artificial. Faz-se necessária, mais do que nunca, uma discussão verdadeiramente global, não excludente, da qual possam participar todas as nações. Escrevo da Rússia desta vez. Vim para cá para participar, em Sochi, de um evento de grande importância para os russos: o encontro anual do Clube Valdai, um fórum de discussão de assuntos de interesse ...

Quando a educação é derrotada

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  A A      Quando a educação é derrotada No Distrito Federal, parlamentares querem a instalação obrigatória de câmeras em salas de aula. Em todo o mundo, já há professores com câmeras corporais e reconhecimento facial dos alunos. Podem o medo e a insegurança substituir a magia da escola? A despeito do que sustentava Clausewitz, onde tem início a violência, acaba a política e a possibilidade de negociação. Daí vincularmos a noção de educação com o de civilidade. Quando dizemos que uma pessoa é educada, não estamos nos referindo à sua fluência em línguas estrangeiras ou quantidade de livros que leu na vida. Estamos nos referindo às regras de convivência e gentileza que essa pessoa observa e segue. Muitos estudos indicam que o ambiente violento é um desarticulador da formação para a civilidade. Para as crianças, ver seus pais ou responsáveis agindo violentamente as levam a vincular situações difíceis ou adversidades com uma resposta violenta que deve dar para se de...